Terminado em 2017, o apartamento foi projetado pelo arquiteto brasileiro Luciano Dalla Marta, e tira partido da sua dimensão, uns generosos 600m2, alvo de uma reforma e consequente melhor distribuição das áreas.
Projeto de arquitetura: Luciano Dalla Marta / Fotografia Gui Morelli / Produção: Nuria Ulliana
O que chamou a atenção do proprietário deste apartamento de 600m2 no Itaim, bairro de classe alta em São Paulo (Brasil) foi a invejável flexibilidade que o espaço tinha para atender a todas as suas necessidades.
“O nosso desafio consistiu em criar um ambiente masculino, aconchegante tanto quanto o desejável e que pudesse explorar ao máximo todas as áreas sociais”, explica o aquiteto.
“Criar espaços para organizar encontros e receber os amigos era uma prioridade do nosso cliente”.
Partindo destas premissas, deu-se início a uma reforma que redistribuiu os ambientes, dando origem a espaços mais amplos, integrados e com funções bem definidas.
No pavimento inferior a prioridade foi para a zona de living, um bar mais intimista e uma grande sala de refeições.Inicialmente, o vestíbulo estava equipado com muitas portas de distribuição, e por isso algumas foram eliminadas criando-se um grande painel em ébano que engloba todas estas passagens. Este painel mais escuro é equilibrado com o piso mais claro em Limestone cinza. Nos demais espaços o tom predominante é o azul marinho, presente nas paredes e em alguns revestimentos, imprimindo personalidade ao conjunto. Destaque para o quadro da artista Janaina Mello Landini (Zipper Galeria).
“Nas demais áreas sociais utilizamos réguas de sucupira ebanizada”, uma madeira exótica, que imprime elegância e algum calor ao ambiente. Para demarcar de forma subtil a passagem do living, com pé direito duplo, para o bar e para a sala de jantar, o arquiteto recorreu a pórticos, igualmente em ébano, prosseguindo a mesma linguagem do vestíbulo.
No living o ponto focal é o tapete geométrico com desenho do atelier e executado pela Avanti tapetes.
O mobiliário, de uma forma geral, tem linhas simples, cores sóbrias, com destaque para o veludo cor de vinho das poltronas da Artefacto.
Logo na entrada temos o banco em pau ferro e bronze da Vermeil. Estão presentes também peças vintage garimpadas na Loja Téo, como a mesa redonda de Giuseppe Scapinelli e a luminária de mesa em Murano de Carlo Nason. A combinação harmoniosa e inteligente de objetos inclui artistas brasileiros como Carol Gay ou Sônia Mena Barreto.O espaço do bar é composto por duas grandes bancadas de mármore gris Armani, além de marcenaria que abriga as adegas e cristais. O espelho de fundo imprime profundidade ao espaço e as poltronas do Sérgio Rodrigues trazem conforto.
Na sala de jantar o pano de fundo são as gravuras de Debret, compradas em leilão pelo proprietário. Um único elemento central funciona como mesa de jantar e aparador dando flexibilidade ao uso do espaço. “Para deixar o ambiente mais simples, mas ainda assim elegante, optamos por um ‘plafon’ Dominici, rente ao forro, também da Loja Téo”, elucida. No pavimento superior, dois dormitórios foram unidos para criar uma ampla suíte que também recebeu o piso ebanizado em sucupira. Para aquecer o ambiente foram utilizados painéis em nogueira americana e laca cinza. Peças vintage como os abajures da década de 70 conversam com os desenhos em seda japoneses trazidos de viagem pelo proprietário.Destaque nesta apartamento para o mezanino, a sala de TV onde as cores azuis e cinza estão presentes nas paredes, tapetes, chaises e almofadas. Optou-se por deixar o espaço dividido apenas com um guarda-corpo para que este pudesse integrar-se na parte social.
O resultado da casa é uma decoração diferente, de certa forma ousada e que mistura peças importantes adquiridas pelo proprietário com diversos objetos pessoais e lembranças de viagens.