A residência familiar, no coração de Nova Iorque, em Brooklyn, foi renovada e desenhada a pensar nos dois felinos, tímidos mas curiosos, que a habitam com os seus donos. #welovepets
Fotografia: Francis Dzikowski / Otto
Os clientes, uma artista, poetisa e professora e o seu marido, também homem da poesia e gestor, adquiriram esta casa geminada em Windsor Terrace, Brooklyn (EUA), encantados com a possibilidade de ali encontrar formas interessantes de jogar com a cor e a luz e criar espaços para cada um deles viver e trabalhar e exibir a sua extensa coleção de arte e livros.
O briefing do projeto também pedia áreas especiais para que os seus dois gatos, tímidos mas curiosos, pudessem circular por espaços pequenos e altos e fugir de convidados inesperados. O desafio coube à equipa do atelier Barker Freeman (BFDO).
O layout da casa, no coração do conhecido bairro nova-iorquino, foi reconfigurado como um espaço aberto, amplo e arejado, com um invejável pé direito na sala de estar, animada por uma longa estante de livros, algumas obras de arte e soluções curiosas para a circulação dos gatos.
Como? As estantes foram projetadas por forma a criar degraus para os gatos subirem, e de onde podem observar todas as atividades caseiras, porque não têm medo das alturas. No topo destas vias de circulação, sobre as estantes, as portinholas das ‘armadilhas’ permitem que os gatos acedam às zonas privadas, no piso superior da casa.
Vários recantos abrigam a coleção de esculturas dos proprietários bem como uma série de cubos de Rubik recuperados com imagens de nuvens, idealizadas pelo proprietário.
A superfície desta grande estante é pontuada por partes pintadas, nalguns nichos, na cor gelado de melão, da Benjamin Moore. Uma claraboia ilumina todo o caminho que conduz ao piso superior.
O piso térreo é organizado em quatro áreas separadas, a sala de estar, a sala de música e TV, a área de refeições e a cozinha, com uma “parede funcional” que flutua ao meio, como divisória.
Esta parede cria uma zona de corredor e abriga um espaço de arrumação, e divide o acesso à casa de banho e à cave. Por outro lado, define a área de estar da sala de TV e funciona ainda como o local para esconder o ar condicionado. Ao fundo fica a cozinha, com saída para o jardim. Uma parede de vidro com altura de dois andares na parte de trás da casa inunda o interior com luz natural.
No piso de cima, o estúdio ocupa uma boa parte das traseiras da casa. Uma varanda permite que os clientes saiam para pausas rápidas de trabalho. No canto deste estúdio, existe um “refúgio”, espaço oculto e elevado, ao qual se acede via umas escadas, para escrever e pensar. A estrutura é formada a partir de um entrançado de madeira nova e peças de madeira reciclada, aproveitada das obras da casa.
Naturalmente, a casa tem uma zona “livre de gatos” destinada aos convidados, que fica no piso da cave. Há ainda uma suíte para hóspedes, que ocupa um terço deste espaço. A faixa de janelas e portas de vidro cobrem toda a fachada traseira da casa, e dali pode aceder-se ao jardim.
Os materiais da casa foram reciclados sempre que possível e estão aplicados aqui e ali. É o caso das portas, maçanetas e ferragens de madeira e do piso de pinho restaurado. A aplicação de cor nas escadas dá uma nota divertida à residência, caso da maior parte do mobiliário, acessórios de decoração e porta da entrada da casa.