Os pormenores falam por si
Fotografia: José Manuel Ferrão
Nesta casa, não há dúvidas, vivida cheia de alma com um carinho tão especial pelo detalhe e um ambiente de boa onda e boa disposição. Fomos muito bem recebidos e isso reflete-se na decoração da casa. É convidativa e acolhedora.
Com apenas 115 m2, é quase impressionante a sensação de luz e leveza que o espaço apresenta. E não é por ser clean, contemporânea ou despojada, porque não é. É, antes pelo contrário, cheia, cheia de vida, de peças, de pormenores, mas tudo isto de forma pensada, bem arrumada, onde tudo faz sentido.
Não é cheia de “tralha”, mas sim cheia de história e, talvez por isso, nos dê a tal sensação de leveza e tranquilidade, parece-nos clean, mas ao mesmo tempo estamos rodeados de peças que acompanham a proprietária há anos, peças que fazem parte da sua família, que ela gosta, móveis que contam histórias.
A decoração foi responsabilidade da proprietária, que é uma apaixonada pela estética e que tem, sem dúvida, um talento natural. A própria define a casa: “Tem um estilo próprio, com alma e diferente, misturando vários conceitos, tanto o moderno como o rústico.”
Das peças antigas há duas que se destacam de forma especial, uma cómoda da sala com três gavetas, que foi a primeira peça que comprou num Antiquário em Sintra, e o armário nórdico com a porta sobreposta sobre três gavetas.
Na casa de jantar, podemos ainda ver uma série de cestos africanos numa das paredes e uma árvore fixa num suporte de ferro. Na mesa de jantar as cadeiras são Charles Eames e os candeeiros Artemide.
Na cozinha, a proprietária ultrapassou as pequenas dimensões, conseguindo criar uma zona de refeições e uma decoração eclética, que acompanha o estilo do resto da casa.
No seu quarto, o estilo é simples, mas ainda cheio de detalhes e pormenores cativantes, como uma cabeceira original num tom de cimento escuro, que contrasta muito bem com as paredes brancas.
No quarto da filha, a simplicidade e o ambiente despojado são contestados por uma composição de corações de ferro, e por uma cadeira Butterfly em pele de vaca.
Mesmo numa casa pequena, não houve medo de arriscar e de criar ambientes únicos, cheios de vida e com muita história pessoal.