Fotografia: Mauro Motty / Texto: Isabel Figueiredo
É uma das localidades mais privilegiadas para quem percorre a estrada Marginal, que liga Lisboa a Cascais. Para lá da construção mais recente, o coração da vila reúne uma mão-cheia de casas de época, entre elas pequenos chalés românticos, como este, adquirido pelos atuais proprietários em abril de 2017.
A primeira vez que o casal visitou esta casa percebeu que, apesar da perspectiva de obras, e do muito trabalho e dedicação que se afigurava pela frente, devido ao seu estado de deterioração nalgumas áreas, inclusive a de jardim, esta seria uma aposta segura.
Datada do ano 1907, o chalé romântico pedia obras uma vez que estava desabitado há quinze anos, com alguns elementos a necessitarem de substituição e a própria tipologia a carecer de algumas mudanças, quando o que se desejava era uma boa dose de luz natural e áreas espaçosas -mesmo considerando os dois pisos, o sótão e a cave, de acesso pelo exterior, e ideal para espaço de arrumação.
Foi assim substituído o telhado, a totalidade das janelas bem como recuperadas as portas e o chão, original, salvaguardando-se as características da arquitetura daquela época, com exceção do piso de uma das salas e do sótão, porque este sim estava irrecuperável devido a várias infiltrações.
Das obras destacam-se a nova cozinha, com chão de madeira pintado de preto, a nova casa de banho, espaçosa e de apoio ao piso de cima , onde estão o quarto do casal e os dois escritórios, um dele com closet. Todos os tetos foram rebaixados porque eram muito altos, deixando a casa hoje mais confortável e equilibrada.
A entrada é escura e, como tal, foram colocados vidros na porta dupla que separa a sala de jantar do hall.
Uma das paredes foi demolida, aumentando a zona de living, o que permitiu a comunicação direta com a cozinha, anteriormente acessível através de um corredor. A totalidade da casa recebeu nova pintura, no interior e exterior.
O jardim, abandonado, exibe hoje uma mancha extensa de verde, tendo sido relvada uma boa parte do terreno; a outra, junto ao logradouro, nas traseiras, foi calcetada com pedra branca, algo que em tempos existiu ali fora. Foram plantadas árvores de um dos lados, paredes meias com a casa vizinha, para maior privacidade, e flores e várias espécies, bem como um canteiro de aromáticas. Tudo pequenos detalhes que contribuíram para devolver todo o charme e encanto deste chalé secular.
Findos os cerca de quatro meses de obras, a casa é hoje o refúgio deste casal, que procurava um lugar tranquilo para habitar, perto da praia, e com todas as comodidades, sem prejuízo da proximidade com a dinâmica da grande cidade, para onde, de vez em quando, gostam de escapar.