Nem sempre nos lembramos destes dois materiais com este propósito, mas esta habitação vem provar que temos mais a ganhar do que a perder quando os juntamos em divisões improváveis.
Fotografias: Denilson Machado, MCA Estúdio
Produção: Andréa Falchi
Habituámo-nos a ver os cerâmicos confinados às zonas húmidas das casas e, no limite, ao pavimento da habitação. Raramente os vemos fora deste contexto, muito menos a revestir paredes numa das divisões mais habitadas da casa, como a sala.
Já a madeira tem provado nos últimos anos a sua versatilidade, nomeadamente com soluções em painéis ou biombos que ajudam a enriquecer o resultado final de qualquer projeto de decoração. Ainda assim, são poucas as habitações que optam por forrar integralmente as suas paredes com este material nobre.
O atelier Up3 Arquitetura, responsável pelo projeto de reforma e decoração deste apartamento de 120m2, trabalhou este T3 tendo em mente o perfil do casal de proprietários – ambos advogados -, sem comprometer a elegância e os detalhes clássicos que ambos apreciam.
Os arquitetos Cadé Marino, Michelle Wilkinson e Thiago Morsch fizeram pequenos ajustes na planta original do apartamento de forma a otimizar alguns dos ambientes.
O projeto segue a mesma coerência ao nível de cores e materiais, não apenas para criar uma unidade estética no lar como também para transparecer a elegância tão solicitada como requisito inicial.
Na sala destacamos a opção de mosaicos cerâmicos no revestimento da parede onde encosta o sofá. Cada peça tem em si, uma forma geométrica irregular que cria grande ritmo e dinamismo num espaço habitualmente confinado à pintura, papel de parede ou quadros decorativos.
A conjugação desta parede em cerâmica com outras revestidas integralmente a madeira resulta não apenas do ponto de vista estético mas, sobretudo, do conforto.
Estando a sala de estar integrada com a sala de jantar foi, igualmente, potenciado um painel ripado no revestimento de portas e paredes no recanto reservado às refeições. Uma forma inteligente de demarcar cada uma das zonas sem a necessidade de paredes divisórias que fechassem o espaço.
A paleta de cores é propositalmente sóbria e os tons complementam-se, resultando num ambiente acolhedor e confortável.
A cozinha destaca-se pela cor azul nos armários, embora permaneça a madeira e o granito como forma a manter a linha do restante apartamento.
No quarto transformado em home office a porta que dava para a área de serviço foi fechada e optaram por abrir uma janela para que o ambiente recebesse mais luz natural.
Também no lavabo, os arquitetos ajustaram o vão da porta para melhor aproveitamento da circulação interna e substituíram a porta de abrir por um modelo de correr.
Por fim, também a suite mantém a coerência presente em todo o apartamento como os mesmos tons e materiais, como é o caso da madeira.
