O ‘B’, no nome com o qual esta casa foi batizada, diz respeito a Basile, o arquiteto e cofundador da Graux & Baeyens Architects. Basile e a mulher ficaram encantados com o chalé datado de 1965 em Destelbergen (Ghent, Bélgica). E embora fosse muito pequeno para a sua família, Basile viu desde logo um mundo de oportunidades em fazer daquela a sua futura casa.
Projeto: Graux & Baeyens Architecten / Fotografia: Jeroen Verrecht / Segundo a memória descritiva, via Archdaily
A intimidade, a vista sobre o pátio de um castelo, e as pastagens com póneis Shetland… foram várias as valências que persuadiram Basile a escolher este local.
O arquiteto foi impulsionado pela estrutura sólida, o layout interessante e a tipologia de telhado inclinado da casa. E como queria acima de tudo evitar um choque entre o antigo e o novo, nasceu a ideia básica para uma extensão harmoniosa da estrutura existente.
O novo hall de entrada constitui a parte central entre a construção existente, a ala noturn, que aloja uma área mais introvertida; e a extensão, uma ala diurna generosa e cheia de luz.
O novo volume faz uma ligeira rotação em relação à estrutura antiga, otimizando a incidência de luz no interior e criando uma bela sala com jardim no lado sul e uma perspectiva / vista mais profunda para as árvores do domínio do castelo, com a arquitetura definida pela fronteira abstrata entre interior e exterior.
O ADN da estrutura existente permaneceu intacto. Assim, 95% da estrutura original foi preservada.
Os tetos baixos, as aberturas das janelas originais e as pequenas portas, por exemplo, contribuem para a atmosfera íntima dos quartos. Aqui o novo é um corredor reto, que corre como uma artéria para a nova construção e dá ao fluxo e às linhas de visão da ala antiga uma dimensão completamente diferente.
O corredor tem 1,40 metros de largura, formando um generoso espaço polivalente onde as crianças podem brincar ou até andar de bicicleta. No final do corredor, uma nova janela forma a moldura perfeita para o paddock do vizinho, imperfeita, mas tão autêntica que o arquiteto quis integrá-la no seu projeto.
A transição da construção antiga para a nova segue a ondulação natural da paisagem. A estrutura diminui gradualmente quando chega mais perto da linha de base e isso origina realidades espaciais muito diferentes dentro das duas estruturas.
Em contraste com o caráter retraído da ala antiga, a abertura da ala diurna contrasta com a cumeeira do telhado de duas águas, com grandes janelas até o teto que emolduram perfeitamente os arredores. Assim, a luz da manhã suavemente filtrada entra na cozinha e os residentes têm uma bela vista das copas das árvores e do terreno do castelo atrás de sua mesa de jantar.
A base de cimento, que no exterior atravessa a encosta da paisagem, cria um amplo banco na sala onde os hóspedes podem se acomodar espontaneamente. Desta forma, a relativamente compacta sala de estar familiar também pode simplesmente abrigar mais pessoas. A casa inteira, aliás, é pontuada por esses tipos de espaços indefinidos que assumem seu próprio significado com o tempo. A base de concreto continua nos caixilhos das janelas, nos degraus entre os vários espaços e, finalmente, forma a bancada da cozinha em altura de trabalho.
A lareira lareira foi posicionada entre os ambientes, o que por um lado cria intimidade na sala e por outro lado acentua a abertura da cozinha como peça central.
Em toda a casa, muita atenção foi dada ao sentido de escala: apesar das janelas altas na cozinha, por exemplo, a janela de correr permaneceu em escala humana e os moradores podem facilmente alcançar uma pequena janela de ventilação. O interior é revestido com pisos de concreto bruto, argila e pedra: materiais naturais em uma paleta de cores suaves, que ao mesmo tempo, irradiam certa robustez e imperfeição.