A recuperação e transformação de uma casa, no seio de um bairro cujas características não estão aqui refletidas, neste projeto de renovação, porque tal não foi o objetivo. Mesmo assim, a ligação ao passado é percebida em alguns detalhes.
Projeto: Arturo Sanz; Área: 173 m²; Fotografías: Mariela Apollonio
Esta casa tradicional foi alvo de um aturado trabalho de recuperação de modo a melhorar as condições funcionais e modificar os espaços, dando-lhes uma maior fluidez. O projeto, contudo, não tinha como objetivo ancorar-se à memória do lugar.
A ideia foi resgatar grande parte dos elementos pré-existentes, como a fachada, recuperando os arcos originais nos vãos, a parede interior de alvenaria com arcos de tijolo, as portas interiores, os pavimentos de ladrilhos hidráulicos, os quais foram deslocados formando tapetes, as divisórias de paredes de alvenaria do pátio e, por fim, os silhares entalhados encontrados na escavação que foram reaproveitados como peças de condução de água.
No piso térreo, a sala de estar, a cozinha, a sala de jantar e o recanto de leitura junto à lareira estão ligados e fluem em ambos os lados da parede de alvenaria.
O piso superior é compartimentado para acomodar uma família de cinco pessoas e abre-se para os terraços internos. O mezanine abriga o quarto principal.
Uma grande janela, embutida na saia do telhado, com vista para o pátio, dá luz, vistas e amplia o espaço, ligando o primeiro nível e o sótão.
O pátio é o centro da casa e o seu paisagismo é lido como um fator fundamental na intervenção: árvores, trepadeiras, arbustos e plantas também são habitantes da casa.