Por a 30 Dezembro 2021

Prepare-se para cores fortes, espaços híbridos e um regresso aos anos 70.

Quem o diz são especialistas na matéria, profissionais da área, caçadores de tendências e sumidades do design de interiores. Se é verdade ou não, falta pouco para descobrirmos. Uma coisa é certa, nos últimos dois anos a casa passou a ser o centro da nossa vida e a forma como usufruímos dela mudou também. O que o futuro reserva para o design de interiores, as tendências e inovações, são uma extensão do que se passa no mundo, um reflexo das expectativas, mudanças e necessidades. Vamos descobrir.

As cores vão ficar mais fortes

Segundo Joa Studholme, responsável pela curadoria de cores da Farrow & Ball os desafios dos últimos dois anos deram início a uma “mudança sísmica na forma como usamos as cores em casa”. À ELLE Deco, Joa revela que os neutros parecem estar a ceder espaço a tons mais ousados, que conferem aos espaços interiores uma personalidade forte.

Não se assuste, a tendência não aponta para pintarmos divisões em rosa néon, mas sim com cores fortes mas modestas, indo ao encontro da forma como nos sentimos de momento e com a procura por uma vida mais simples. Cores que evocam a arte popular e o artesanato estarão em voga por conferirem esse caráter modesto, mas não só. Continuaremos atraídos por cores que refletem o mundo natural e por isso espera-se que o verde seja a cor eleita para ligar o mundo interior ao exterior.

Espaços híbridos

Segundo o especialista em design contemporâneo, Jude Hughes, com o teletrabalho instalado cresce o interesse cada vez maior por objetos de uso flexível e mobiliário multifuncional. A noção de espaços e mobiliário com usos definidos e configurações finitas é coisa do passado. Os espaços querem-se híbridos e os designers focam-se agora em criar formas de os tornar flexíveis o suficiente para acolherem as diferentes funções de uma forma confortável. Há quem fale até em desenhar “Salas de Zoom”.

Os crafts vão reinar

Yana Prydalna Behance

Vamos assistir a um impulso entre designers e colecionadores de se rodearem de objetos feitos à mão – antigos e contemporâneos. A singularidade das peças e o toque pessoal que permite o artesanal refletem uma consciência que muitos vão querer abraçar. Mas a tendência não se espera apenas em detalhes decorativos mas também na arquitetura. Os ladrilhos cerâmicos em cores vivas prometem ficar por uns tempos assim como o uso dos azulejos em paredes.

Materiais reciclados

O verde não será apenas tendência para as cores das paredes em 2022. A sustentabilidade continua na agenda mundial e vamos continuar a assistir a um contínuo investimento na investigação de materiais menos nocivos para o ambiente. A procura por formas de substituir o tradicional plástico vai continuar a marcar forte presença no próximo ano.  Muitos estúdios e designers estão já a dedicar-se a repensar materiais destinados a usos temporários ou industriais , tentando recuperar fluxos de resíduos para produzir objetos domésticos. Exemplo disso é Fernando Laposse que está a usar o sisal – enquanto subproduto da produção de tequila no México -, para fazer bancos.

Regresso a 1970

Os anos 70 vão fazer uma espécie de aparição, especialmente, no chão! O uso de superfícies têxteis como carpetes parecem estar de regresso. Mas não só. O design dos anos 70 vai estender-se aos sofás, e ao revestimento de paredes – com geometrias e paletas de cor vintage. Uma prova dessa regresso é a cadeira Dudet de Patricia Urquiola para a Cassina, evocativa do glamour dos anos 70.

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