Por a 14 Dezembro 2021

Localizado no bairro Parisiense Le Marais, este apartamento com 90 metros quadrados é também uma galeria privada que acolhe o espólio do seu proprietário.

Arquitetura: Sophie Dries / Fotografia: Stephan Julliard

O mais recente desafio da arquiteta Sophie Dries, foi redesenhar um apartamento de 90 metros quadrados e estilo Haussmanniano, para o tornar num espaço para viver e acolher a coleção de arte do seu jovem proprietário.

Localizado no elegante bairro de Le Marais, em Paris, o projeto combinou dois apartamentos num só – o que levou a que todos os espaços fossem cuidadosamente pensados para os unificar -,  e é agora composto por uma grande e uma pequena sala, uma cozinha, uma galeria, uma suite e um quarto de visitas.

O pintor escandinavo Hammershoi e as suas reflexões foram a principal inspiração para o design de interiores, permitindo o cenário perfeito para as obras de arte ocuparem o centro das atenções, entre elas, artistas mulheres como Orlan, Cindy Sherman, Linder, Jean Michel Othoniel, Ryan Mc Ginley e Ren Hang.

Na sala de estar, em destaque está o retrato de Orlan, localizado entre duas bibliotecas com uma estátua do artista de rua Kaws, uma dupla de vasos azuis vintage Ettore Sottssas (galeria IMDA) e no chão uma lâmpada curva de Julien Barrault
Sobre a lareira em mármore de cor preta, uma escultura de gesso de Daniel Arsham. À direita da lareira, um vaso preto e branco de Sottsass (galeria IMDA)

A todo este cenário juntam-se materiais naturais como o linho, tapetes em lã, cerâmica e luminárias em gesso, aliados a materiais nobres já existentes – como o pavimento antigo e uma lareira em mármore -, conferindo-lhes calor e o aconchego que um espaço para viver precisa.

Para além da coleção de arte, que revela uma paixão do proprietário por arte contemporânea, destacam-se no apartamento móveis de Hans Olsen, Verner Panton, e vasos de Ettore Sottsass que se misturam a peças contemporâneas projetadas pela própria Sophie Dries, como a mesa e a cerâmica, as luminárias de Julien Barrault ou o tapete circular (edição Annie Pate).

Para a sala de estar foi escolhido um sofá redondo do Atelier 55. A lareira de mármore preto encontra-se a meio de dois arcos de carvalho cinzento manchado: um conduz à galeria e o outro acolhe um nicho para as obras. Sobre esta lareira, destaca-se uma escultura em gesso de Daniel Arsham, e um espelho minimalista emoldurado em aço e feito à medida com uma pátina especial.

Na cozinha, o banco feito por medida divide a mesa com duas cadeiras de Hans Olsen. Por cima, um díptico de Timothée Talard, mesa de carvalho e um candeeiro suspenso em forma de alcachofra de Poul Henningsen

A cozinha foi pensada para que todas as funções fiquem escondidas nos armários de nogueira cinzenta, sob a bancada e no aparador Zelliges marroquino preto. Aqui, detalhes em cobre valorizam os armários. Um banco feito por medida envolve a mesa de tripé projetada por Sophie Dries (carvalho cinza sólido e pernas de aço corten), bem como um par de cadeiras de tripé Hans Olsen vintage. Por cima, o candeeiro suspenso em forma de alcachofra da autoria de Poul Henningsen.

Na parede da galeria, uma fotografia de grande formato de Sterling Linder

Na galeria, podemos descobrir uma fotomontagem do artista inglês Linder e um banquinho de Sori Yanagi com uma fotografia a preto e branco de Sophie Calle.

No quarto principal, também ele em cinzento, uma poltrona vintage dinamarquesa e um tapete cru, juntam-se à mesa de madeira maciça de Max Lamb e sobre ela um vaso de porcelana e latão desenhado por Sophie Dries e uma escultura em bronze de Johan Creten.

Para este espaço, a arquiteta escolheu ainda uma tapeçaria de parede de um artista islandês, cortinados em linho cru (by merci) e uma máscara de cerâmica do artista Etienne Pottier.

Para a suite, Sophie Dries escolheu uma poltrona vintage dinamarquesa e uma mesa de madeira maciça de Max Lamb, sobre a qual está uma porcelana de Sophie Dries e uma escultura em bronze de Johan Creten. Na parede, um pastel de Daniel Arsham

Na casa-de-banho principal, a bancada com lavatório duplo em betão encerado é pontuada com detalhes em cobre que combinam com as luminárias de parede e os puxadores dos móveis.

O quarto de hóspedes confirma a simplicidade elegante deste apartamento, uma sobriedade que joga com impressionantes obras de arte, como as fotografias de Ryan Mc Ginley ou Ren Hang.

No quarto de hóspedes, uma fotografia de Ryan Mc Ginley está em destaque

Na mesa de cabeceira em mármore, descansa um abajur feito por Julien Barrault. Para a casa-de-banho adjacente foi escolhido como material principal o betão encerado em cinzento claro, pontuado por acessórios em latão, entre eles o chuveiro.

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