Por a 18 Janeiro 2022

Ricardo Bofill (1939 – 2022), o arquiteto espanhol com obras espalhadas por todo o mundo, incluíndo Lisboa- o edifício do Atrium Saldanha é da sua autoria – e que nos habituou a cores fortes e formas arrojadas faleceu no passado dia 14 de Janeiro. Em jeito de homenagem, hoje revisitamos um dos seus mais emblemáticos projetos – La Fábrica.

Arquitetura e Fotografias: Ricardo Bofill / descrição enviada pela equipa de projeto, via archdaily

Em 1973, Ricardo Bofill encontrou uma fábrica de cimento abandonada, um complexo industrial composto por mais de 30 silos, galerias subterrâneas e salas de máquinas enormes. Nessa altura, decidiu transformá-la no seu Taller de Arquitetura em Barcelona.

O trabalho de remodelação durou dois anos. A fábrica, abandonada e parcialmente em ruínas, era um compêndio de elementos surrealistas: escadas que subiam para lugar nenhum, poderosas estruturas de betão armado que nada sustentavam, pedaços de ferro suspensos no ar, enormes espaços vazios preenchidos “de magia”.

O processo de transformação começou com a demolição de parte da estrutura antiga, de forma a deixar formas que até estavam ocultas e que passariam a estar visíveis. Como se o cimento tivesse sido esculpido.

Uma vez que os espaços estavam definidos e limpos de cimento, a fase seguinte foi a da adaptação do programa.

Ricardo Bofill manteve oito dos silos existentes e transformou-os em escritórios, sala de maquetes, arquivos, uma biblioteca, uma sala de projeções e um espaço gigantesco conhecido como “A Catedral”, utilizado para exposições, e uma vasta gama de funções culturais ligadas às atividades profissionais do arquiteto.

O complexo está no meio de jardins com eucaliptos, palmeiras, oliveiras e ciprestes. Este projeto é a prova de que é possível adaptar qualquer espaço a uma nova função, mesmo que seja totalmente diferente da sua função original.

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