Por a 7 Abril 2022

Literalmente, este é um apartamento sobre o mar. Localizado a bordo do maior navio residencial do mundo, esta “casa” de férias com 55 m2 é toda ela um jogo de dobre, abre, recolhe. Conheça as soluções que a transformam de um apartamento de um quarto para outro de dois.

Projeto: Michael K Chen Architecture / Área: 55m2 / Ano: 2019 / Localização: Estados Unidos da América / Fotografias: Alan Tansey / descrição enviada pelos autores do projeto, via archdaily

Apelidada pelo gabinete Michael K Chen Architecture (MKCA) de “pied-à-mer”, esta “casa” a bordo do maior navio residencial do mundo, serve como um espaço de férias para um casal e os seus filhos adultos, transformando-se perfeitamente de um amplo apartamento com um quarto para um de dois quartos através de mesas e camas que se dobram e se abrem conforme a necessidade. Como ponto de partida para o projeto, o gabinete MKCA olhou para a arquitetura modernista com especial atenção no design náutico, otimizando as soluções para uma vida em pequena escala, com organização modular e eficiência.

Segundo os arquitetos, a crença de Le Corbusier de que uma casa deve ser considerada uma “máquina para viver”, bem como o seu fascínio por navios de cruzeiro como modelo de complexos de apartamentos utópicos e autossuficientes, foram a inspiração. Bem como o trabalho de Gio Ponti em navios de cruzeiro e transatlânticos e a Vila E-1027 de Eileen Gray no sul da França, pela utilização de materiais terrosos  em contraste com superfícies planas e lisas.

O layout flexível do projeto parte desses conceitos, aprimorados pelo que Chen descreve como uma “simplificação e suavização de suas dimensões funcionais”. O movimento e o desdobramento de diferentes zonas funcionais são cuidadosamente coreografados. Ao alongar o caminho de circulação, o espaço parece expandir-se, e se comprimir conforme a pessoa se move, aparenta ser mais amplo.

Ao entrar no apartamento, a pessoa move-se de um hall bem iluminado em direção a uma ampla parede de vidro voltada para o oceano, com dois volumes – um de cada lado -, em alumínio, cada um com uma casa-de-banho e áreas de arrumação. Os volumes organizam o espaço e criam percursos entre e à sua volta.

Dentro do espaço de 55 m2, o gabinete de arquitetura incluiu dois quartos, duas casas-de-banho, uma cozinha, um closet, uma área de estar e uma sala para arrumações. Quando é necessário, a sala de jantar transforma-se facilmente no segundo quarto, com a mesa de jantar encostando à parede para dar lugar a uma elegante cama dobrável em balanço. Quando convertido num apartamento de dois quartos, uma tela deslizante divide o espaço, proporcionando privacidade aos hóspedes.

Os conceitos de movimento e multifuncionalismo sustentam todos os aspectos da organização e estética do projeto. Além de mesas e camas que desaparecem, o MKCA incorporou iluminação embutida e aparelhos integrados que podem ser revelados com ousadia ou cuidadosamente guardados.

O uso do alumínio nervurado ajuda a esconder portas e eletrodomésticos, e também acentua a sensação de altura no espaço, que é relativamente baixo, com de 2,5 metros de pé-direito. Ao nível da materialidade, muda-se de metais polidos e pedras para materiais mais luxuosos, como mohair, veludo e camurça, que servem como elementos escultóricos dentro do projeto.

A completar, peças contemporâneas foram misturadas com objetos  vintage, em materiais predominantemente naturais e cores quentes, em contraponto ao azul frio e ao cinzento. Por exemplo, o sofá Vuelta de Jaime Hayon é estofado sob medida em veludo de alto desempenho da Holland and Sherry e justaposto com couro vintage e poltronas de aço inoxidável de Pierre Thielen, fornecidas por revendedores na Holanda.

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