Por a 13 Abril 2022

Localizado em Arroios, este apartamento típico foi alvo de uma intervenção que teve como objetivo a sua remodelação sem comprometer a identidade original. O projeto de arquitetura é assinado pelo gabinete de Manuel Tojal.

Projeto: Manuel Tojal Architects / Ano: 2021 / Tipo: Remodelação / Localização: Lisboa / Fotografias: Francisco Nogueira / descrição enviada pelos autores do projeto

Este projeto de remodelação, tem por base um apartamento típico, localizado num edifício de gaveto, no Bairro de Arroios em Lisboa.

Em termos funcionais, o apartamento estava dividido em vários espaços que tanto podiam funcionar como quartos, sala ou área de refeições, característica esta que é muito frequente encontrar neste tipo de apartamento. 

A proposta de intervenção teve como objetivo renovar o apartamento, sem perder a sua identidade e sem que para isso se ponha em causa a vivência contemporânea e a melhoria das características técnicas.

Para isso, quisemos num primeiro gesto, dividir de forma clara a área social da privada e reduzir o comprimento do corredor que era muito desproporcionado.
Ao entrar no apartamento a pessoa é confrontada com a pré-existência (área social) e a intervenção (área privada) e de uma forma natural e inconsciente, é encaminhada a dirigir-se à área social. As portas existentes e recuperadas da área social contrastam com o revestimento de pinho proposto, que oculta as portas da área privada e que torna parte do corredor mais intimista e privado.

Em termos de materialidade, a proposta assentou numa homogeneização dos espaços e num reforçar da identidade deste tipo de apartamentos, ao propor materiais típicos da época, como o pavimento de soalho de madeira, a pedra de Lioz e o azulejo manual. Todos os pavimentos, tanto de madeira como de pedra estão desenhados em réguas sempre alinhadas e o pavimento de madeira contamina as carpintarias da parede, numa evocação subliminar às carpintarias antigas.

Em termos de configuração do espaço, propôs-se abrir a sala para a sala de jantar através de uma lareira aberta, esta lareira assenta num banco de pedra no lado da sala e no lado da sala de jantar este banco serve de base ao louceiro. A lareira permite assim uma ligação poética entre os dois espaços.

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