Para muitos, construir a própria casa é o investimento pessoal mais significativo da vida e em muitos casos, as pessoas procuram um lugar onde possam viver por muitos e longos anos, apesar das suas vidas poderem mudar enormemente em muitos aspetos. Mas uma casa, deve ser capaz de se transformar ou se adaptar às mudanças dos seus habitantes. Foi com isso em mente que o BURR Studio desenvolveu o projeto que se segue.
Projeto: BURR Studio / Fotografias: Maru Serrano, José Hevia
Para muitas pessoas, construir a sua própria casa é o investimento pessoal mais significativo das suas vidas, e também o período mais stressante. Devido a esta situação, muitas pessoas recorrem a modelos habitacionais conservadores, recorrendo às referências mais próximas que têm, que normalmente é a casa da família onde cresceram. Em muitos casos, as pessoas procuram um lugar onde possam viver o resto da vida, apesar das suas vidas poderem mudar enormemente em muitos aspetos, como número de membros da família, condições socio económicas, mobilidade ou estado de saúde, entre muitos outros.
Uma casa deve, portanto, ser capaz de se transformar ou se adaptar às mudanças dos seus habitantes. E foi com esta ideia em mente que o BURR Studio desenvolveu esta casa, uma habitação flexível, que pode ser subdividida em diferentes unidades, dependendo das necessidades dos seus habitantes.
A casa nasceu dividida em duas. E para poder arcar com os custos de aquisição e construção, os habitantes deste projeto iniciaram sua vida neste espaço ocupando metade da casa e alugando a outra metade como casa independente. A separação entre os dois espaços é feita por uma parede de proteção acústica, que pode ser parcial ou totalmente demolida para agregar espaço de uma habitação à outra.
O modelo pode evoluir consoante as necessidades económicas ou espaciais dos habitantes, de modo que o espaço possa ser unificado numa única unidade por um período de tempo, para se tornar novamente dois espaços independentes no futuro.
A morfologia deste espaço, ajustada à estrutura do edifício sob o qual se insere, permite que os espaços sejam parcialmente modificados, permitindo o prolongamento de uma habitação em detrimento da outra, sem a necessidade de unificá-los diretamente numa única peça. Este processo pode ser revertido se as necessidades económicas dos habitantes exigirem novamente uma renda adicional por um período de tempo, com o aluguer de parte do espaço.
O projeto ocupa um espaço térreo, que anteriormente acolhia diferentes usos industriais, comerciais e desportivos, e cuja lembrança norteou a seleção de materiais, como uma parede de azulejos amarelos própria de um balneário de ginásio ou o uso de materiais cimentícios, com o objetivo de criar uma condição bruta e inacabada.
Os pátios internos de ambas as unidades ocupam o espaço que antes era um pequeno edifício industrial coberto por um telhado de duas águas, cuja estrutura de madeira foi preservada.