Por a 10 Janeiro 2023

Situado no mesmo prédio onde o pintor impressionista teve em tempos o seu estúdio, o “Citrons et Huîtres” foi a uma das naturezas mortas de Renoir buscar o nome. Marion Mailaender assina o design de interiores, que através da técnica da cianotipia cria a sensação de uma imersão total…no mar.

Projeto: Marion Mailaender / Fotografias: Thomas Tissandier

Na Boulevard Rochechouart, o número 57 que em tempos foi morada do estúdio de Pierre-Auguste Renoir, é hoje um restaurante e bar, que tem nas ostras a grande atração.

O artista impressionista, descoberto em 1876 pela sua obra “Le Bal du Moulin de la Galette”, seduziu muitos com as suas naturezas-mortas, colocadas sobre toalhas de mesa brancas ao lado de delicadas louças de porcelana. No auge da sua glória, em 1900, Renoir criou “Citrons et Huîtres”, também ela uma natureza-morta que representa, como o nome indica, ostras e limões.

No mesmo prédio que em temos viu Renoir pintar, nasceu o mais recente projeto da designer de interiores Marion Mailaender. O restaurante e bar, que pediu emprestado o nome da obra do impressionista, é uma “declaração de amor à velha e popular Paris”.

Marion Mailaender

Passando a porta de entrada – com uma maçaneta em bronze em forma de ostra -, o “Citrons et Huîtres” leva os hóspedes para as ondas azuis de Marion Mailaender.

“É um espaço imaginado por baixo de um teto abobadado de 4,60m. Uma reinterpretação de uma onda que quebra numa praia arenosa – um mosaico em grés cerâmico pixelizado”.

“Citrons et Huîtres” tem uma fachada de aço bruto que lembra as vitrines das peixarias locais, e do chão ao teto as janelas abrem-se para a cidade. No interior, uma banca de mercado mostra o melhor do marisco e convida quem chega a saborear as mais incríveis ostras, acompanhadas de um copo de vinho branco, antes ou depois de um espetáculo no La Cigale ou de uma noite no Le Mikado, que fica ao lado.

Para criar a sensação de imersão total, a designer e arquiteta contou com o seu marido, o artista Thomas Mailaender, um fã da técnica de cianotipia – um processo de impressão fotográfica datado de 1842, que produz uma linha azul intensa sobre um fundo branco. O resultado é um efeito subaquático que surpreende e que convida a mergulhar num aquário incrível, decorado com fotografias de, entre outras, mulheres com colares de pérolas, tudo em perfeita ressonância com a história artística do bairro.

No cardápio, as mais puras ostras francesas são servidas todo o ano. Sazonalmente o “Citrons et Huîtres” também serve amêijoas da Bretanha e outra variedade de ostras planas conhecidas como Belons de Bretagne. No menu há também salada de peixe e ceviches. Para potenciar as experiências, existe um conjunto de 30 referências de vinhos, maioritariamente naturais e principalmente brancos.

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