Intensa, sonhadora. Desde muito nova, uma comunicadora nata e uma contadora de histórias. Umas vezes foi teatro, outras pintura, outras ainda o piano. Muitos sonhos, muitas Maísas. Até à dos dias de hoje, uma pintora a seguir de perto.
Fotogafia: André Maceira
Lemos assim: “Ao olhar para o passado, não tenho qualquer recordação que não seja estar a fazer algo relacionado com as artes”. Mas uma coisa ela sabia ser certa: a sua vida estaria definitivamente ligada às artes. Mais tarde, ao entrar pela adolescência, ainda insegura quanto ao futuro – sobretudo porque a família julgava que pintar era apenas um hobby –, Maísa conheceu um mestre, em Cascais, com quem passou a ter aulas. “Este foi o divisor de águas da minha vida – pessoal e profissional. A partir daí, tive a certeza do que queria fazer”.
As suas pinturas são o reflexo de tudo o que vê, sente, pensa…”, de todas as experiências e viagens. “Experiências que, traço a traço e pincelada a pincelada, desenham e compõem a minha vida. Adoro viajar e tudo que está à minha volta influencia o meu dia-a-dia. Dos sonhos que tenho, e de que me recordo frequentemente, até às pessoas com o quem me relaciono. Inspiro-me, sobretudo, no estado de espírito em que me encontro e também no que vejo, ouço e sinto (…), mas também nos artistas que me rodeiam”.
Maísa não pinta para os outros, pinta para ela, mas “adoro ver as pinturas enchendo de vida as casas das pessoas. Pinto porque é uma inquietação particular.”
O seu alimento também vem dos podcasts que ouve todos os dias, de histórias, seja de superação, de resiliência, desafios pessoais e profissionais. “Num mundo com tantas plataformas digitais parece impossível não sermos influenciados por tantas pessoas”.
A sua marca vai muito além das técnicas. “O meu traço solto, a minha aceitação do erro, a minha constante capacidade de rasgar, emendar, de nunca estar satisfeita é transversal às minhas pinturas. Costumo ser muito impulsiva e todas as percepções estimulam em mim a vontade de criar uma nova série”. Às vezes, bastam-lhe, tão-só, as propostas que recebe para intervir num determinado espaço, para desenvolver projetos. Tudo isso são estímulos e convites a pensar sob outros ângulos. A cada projeto novo busca diferentes soluções. E fá-lo rapidamente. “É um facto, gosto de absorver ideias em tudo o que vejo”. O seu público são todos os públicos, são todos os que apreciam o seu trabalho. Os clientes chegam por várias vias, pelo Instagram e através de amigos de amigos. Quem compra já a conhece e acompanha o seu trabalho de alguma fora, a maioria são jovens, mas também tem uma clientela mais sénior, que adquire os trabalhos para equipar escritórios de advogados, ou hotéis, ou produtoras de cinema… “Tenho obras espalhadas pelo Brasil, Estados Unidos, México, Paris…”, diz-nos.
Para os próximos três anos, Maísa aspira a uma presença no mercado internacional, sempre em parceria com artistas com percursos diferentes. O futuro só pode esboçar um grande sorriso, a esta jovem criadora com uma imaginação fértil e sagaz. Inquietudes a seguir de perto.