Fica em Suffolk, um lugar de grande beleza natural no Reino Unido, e foi desenhada para responder às necessidades de uma família preservando a fauna e a flora envolventes. Conheça as soluções integradas nesta residência que respondem a necessidades espaciais e ambientais.
Projeto: MAP Architecture / Fotografia: David Valinsky
Construída em 2021 segundo princípios da Passivhaus, numa zona de grande beleza natural, em Suffolk, no Reino Unido, esta casa ecológica e inovadora, chamada de Creek Cabin, começou como uma experiência sobre a possibilidade de criar uma residência de baixo impacto, pensada para uma vida futura, preservando a flora e a fauna locais.
Desenhada pelo escritório MAP Architecture, o resultado foi um edifício que se encaixa no terreno com a graça de um objeto vivo, em grande parte construído com materiais naturais e com a integração de elementos que aumentam a relação com a natureza envolvente.
Segundo explicam os autores do projeto, os clientes e proprietários da Creek House, moravam em Londres e possuíam uma pequena casa de férias no local. Contudo, queriam sair da cidade e mudar-se definitivamente para Suffolk, para uma casa adequada e que respondesse às suas necessidades espaciais e ambientais.
A missão do gabinete de arquitetura era a de criar um novo edifício que valorizasse a envolvente e respeitasse o meio ambiente, que lidasse com os riscos de inundação e acessos precários, mas ao mesmo tempo que atendesse a padrões energéticos muito elevados, adequados ao século XXI e sustentáveis no futuro.
O principal desafio deste projeto prendeu-se com o facto de o lugar estar dentro de uma área de Extraordinária Beleza Natural (AONB), adjacente a um riacho e canaviais, que é também um Local de Interesse Científico Especial (SSSI). Situado dentro de uma zona de risco de inundação, o edifício precisava de uma abordagem resistente a esses fenómenos. Outro desafio foi a exigência de alcançar altos níveis de conforto térmico, mantendo baixo o carbono incorporado. Isso foi alcançado usando uma estrutura em grande parte de madeira, com lã de ovelha e isolamento de fibra de madeira nos níveis superiores.
Para além do já enunciado, o projeto é extremamente complexo tecnicamente. O cliente exigiu uma variedade de recursos inovadores, incluindo um telhado verde projetado para ‘flutuar’ acima do edifício principal, um elevador pneumático e uma variedade de sistemas de energia fora da rede. A estrutura do telhado curvo foi original para este projeto.
Por último, os clientes queriam criar algo mais do que apenas uma casa. Queriam um edifício que beneficiasse a zona envolvente, caminhantes e visitantes e que tivesse um impacto leve no meio ambiente. Para conseguir isso, a casa foi construída num “banco” existente, e longe da estrada para reduzir o seu impacto na paisagem. Desta forma, os telhados verdes da casa foram concebidos como “prados ondulantes” que se misturam com os campos e a paisagem.
Em termos de programa, a Creek Cabin foi desenhada para incluir áreas de estar, jantar e cozinha, com uma ampla vista para o riacho e um mezanino com 3 quartos (um dos quais é uma sala de estar com varanda e acesso exterior separado) e espaços de estudo, despensa e arrumos no rés-do-chão. As posições das janelas foram localizadas para enquadrar as vistas dos pântanos e bosques adjacentes, proporcionando diferentes vistas ao longo do ano. E em termos de materialidade, foi usada uma paleta tradicional de materiais locais.