Destino exclusivo em Montmartre, L’Hôtel Particulier aproveita a chegada do verão para apresentar uma nova decoração, no espírito de uma casa de família, e um novo menu que celebra a tradicional cozinha francesa.
Fotografia: Yannick Labrousse / Texto: Isabel Figueiredo
Na encosta da histórica Montmartre, este hotel, que é oficialmente o mais pequeno de Paris mas, ao mesmo tempo, o que tem o maior jardim da cidade (900m2), conseguiu a proeza de sacudir os códigos dos clássicos hotéis de luxo, imbatíveis no seu espírito familiar, concorrendo na categoria de hotel palácio com apenas 5 suítes. Tendo antes pertencido à família Hermès, à qual o hotel mantém a sua ligação através dos produtos de beleza disponíveis nas suítes, é ao seu atual diretor, Oscar Comtet, a quem se deve a transformação das instalações, de residência a hotel.
Desde a sua criação, em 1871, a bela casa agraciou os anos com brio, com um jardim que tão bem evoca um sonho digno de Alice no País das Maravilhas, e é o último remanescente desta era histórica, funcionando ainda hoje, para quem o visita, como um escape ao frenesim da cidade, como uma pausa rural, fora do tempo, a dois passos do Sacré-Coeur. Único no seu género, L’Hôtel Particulier é uma ode à Paris dos loucos anos 20, à estética dos anos 1940 e ao imaginário dos intelectuais de ontem e de amanhã.
5 novas suítes criadas com Pierre Lacroix
Amigos de longa data, Oscar Comtet e Pierre Lacroix decidiram reinventar o hotel lado a lado, com 5 novas suítes — o designer de interiores já havia transformado o lendário restaurante antes de dar vida à mansão, que agora vive uma nova fantasia. Cada um destes verdadeiros ‘cabinets de curiosité’, de 35m2 a 80m2, impressiona pela subtileza dos objetos cuidadosamente selecionados, no espírito de uma casa de família. É bom exemplo disso a suíte número 1, que evoca o universo de um boudoir asiático e dos nobres materiais dos antros de ópio com o seu tapete com motivos de camélia e a cabeceira de tela manchada, adquirida num mercado de velharias.
Ligada à suíte, a casa-de-banho aberta é revestida de pedras, em tons claros. Numa outra, o visitante descobre um mundo de veludo e carmim, que lembra os opulentos salões das casas de campo de outrora, e uma casa-de-banho com banheira, duas cabines de duche e um belíssima piso quadriculado espelhado. Na suíte 3, o destaque vai para a tapeçaria de Pierre Frey e a cama, refletida num espelho gigante, feito à medida e suspenso, para deixar a imaginação vaguear livremente.
O ambiente muda no coração da suíte número 4, mergulhando o hóspede na vegetação, e adornada com um papel pintado em treliça da IKSEL, uma espécie de jardim de inverno dos sonhos que tem um WC revestido em mosaico verde Art Déco feito por Pierre Mesguich. Por último, mas não menos importante, a suíte número 5, acessível por uma escada em caracol, permite descobrir uma vista deslumbrante do horizonte a partir do seu telhado de vidro. Aqui, dominam os tons quentes, do vermelho escuro ao castanho, e todos os olhares estão postos na sua banheira instalada no coração do espaço.
Novo menu celebra a cozinha parisiense
Confortavelmente instalados no restaurante Le Grand Salon ou instalados no terraço, rodeados de vegetação e embalados pelo som da água da fonte, os visitantes irão descobrir um novo menu que celebra a cozinha burguesa, gourmet e reconfortante. A carta inclui caracóis da Borgonha com salsa, foie gras de pato do Périgord, salada de alcachofras da época, linguado meunière da Ile d’Yeu, acompanhado por um puré cremoso, uma paleta de cordeiro Auvergnat cozinhado durante 7 horas ou um mil-folhas de baunilha.