No Estoril, a ver o mar, esta casa de quatro andares luminosa e, acima de tudo, confortável e funcional é uma ode à paixão dos seus proprietários pela luz e pelo mar.
Texto: Isabel Figueiredo / Fotografia: António Moutinho
Inserido num condomínio privado, num edifício sem grandes predicados, esconde-se um apartamento dividido em quatro andares, beneficiado pela luz natural, por uma paleta de materiais suave e por soluções de arquitetura de interiores, notáveis.
A casa divide-se em sala comum partilhada com a cozinha – no piso zero -, apoiada pelo lavabo social. O atelier e alguns espaços para arrumação, com acesso ao jardim, ficam no piso inferior. Já o quarto principal com casa de banho e closet e o quarto das crianças, também em suíte, estão no piso intermédio e, por fim, a espaçosa suíte para os hóspedes no último andar.
No piso da entrada, a sala de estar e a zona de refeições em open-plan exibem uma paleta clara, em boa medida graças ao notável trabalho de marcenaria. Destacam-se o chão em madeira Wicanders, do grupo Amorim Revestimentos (solução replicada em todos os espaços, exceto nas casas de banho), e os armários de madeira de bétula, que foi usada ainda nas escadas, bem como o móvel-ilha do quarto principal, a mesa da cozinha, as estantes e as estruturas divisórias, tudo com acabamento simples e na sua cor natural.
Estes volumes e sistemas de arrumação foram desenhados pelo arquiteto Francisco Pinto Basto, que assina o projeto de remodelação dos interiores da casa. O estudo e projeto de iluminação, é da autoria de Joana Forjaz e a decoração ficou a cargo do atelier de Leonor Sáragga e Rita Infante da Camara – o Boon Home.
No primeiro andar, as duas suítes, uma delas com walk-in-closet, gozam da mesma sensibilidade na escolha dos materiais e cores. O quarto principal, com varanda e vista de mar, divide-se entre área de vestir e de dormir e está apoiado por uma casa de banho, logo à entrada. Também aqui a madeira de bétula se destaca pela sua cor suave, além de imprimir a desejada nota de calor e conforto. A ilha, com tampo de vidro, guarda joias e alguma bijuteria. Os tecidos das janelas são da Pedroso & Osório, bem como o papel de parede. Na suíte das crianças, há um tapete da Poeira e pinturas e ilustrações do atelier de Filipa Sáragga.
Subindo ao último andar, o nosso olho vai para a suíte generosa com a janela redonda, original do prédio, com portadas mandadas fazer à medida. Neste quarto de grandes dimensões, luminoso e com um quê de romântico, as paredes estão revestidas a papel inglês da Pedroso & Osorio e a cama e a estante são ambas retroiluminadas.
Outro elemento que adiciona enorme valor é a escada alcatifada que percorre todos os pisos. Aqui e ali, ao longo da casa, convivem peças contemporâneas com mobiliário de época. Caso das cadeiras da mesa de refeições, do sofá em veludo azul adquirido em leilão, das duas cadeiras em pau santo, da cómoda na suíte principal ou da secretária antiga no piso do sótão. Há espaço ainda para loiças da Companhia das Índias expostas na estante, para a tela de grandes dimensões da artista plástica Filipa Sáragga e para o sofá, cadeirões e cortinas mandados fazer à medida por José Manuel Leite Castro.
Lá fora, com acesso pela zona de estar, a varanda exibe mobiliário de exterior da Alaire e sobre a mesa dispõem-se loiças de várias proveniências. No seu conjunto, o apartamento resume a paixão dos seus proprietários pela luz e pelo mar.