Por a 13 Julho 2023

Noémia Zancuoghi assina as peças de macramé da Braida, revisitando a  técnica artesanal segundo a sua linguagem, muito própria, contemporânea e minimalista, onde a cor assume grande importância. 

Texto: Isabel Figueiredo / imagens cedidas

Com raízes portuguesas e italianas, natural de Lisboa, Noémia mudou-se para Silves aos dois anos, cidade onde cresceu. Aos 18, regressou a Lisboa para estudar fotografia na Ar.Co. Seguiu-se um longo período de viagens pelo mundo, em busca de novas experiências e conhecimentos. Depois de alguns anos a viver e a trabalhar fora de Portugal, Noémia voltou ao Algarve, a Lagos, “para estar junto ao mar, junto à quietude e à tranquilidade”, que a inspiram. 

O gosto pelas várias formas de arte e a vontade de criar acompanham-na desde cedo. Inspira-se na natureza, mas também na arte moderna e abstrata. “Gosto tanto da força de uma fotografia a preto e branco como das cores fortes de um desfile de moda”.  

Em 2019, dá-se a descoberta do macramé. “Iniciei um processo de aprendizagem e exploração desta técnica artesanal e, em 2020, e devido à pandemia e com mais tempo livre, procurei desenvolver uma linguagem própria assente nesta técnica tradicional”. É quando acontece o projeto Braida. “Quis reinterpretar e aliar esta técnica à contemporaneidade, onde exploro formas mais simples, minimalistas e onde a cor tem uma grande importância”. 

O nome Braida, conta-nos, vem das suas raízes italianas, dos bisavós e avó paternos, gente empreendedora que a inspirou: “Estava à procura do nome para o projeto quando encontrei um autocolante com o antigo logótipo de uma das oficinas do meu bisavô”. 

A trabalhar a partir de casa, em Lagos, Noémia recebe visitas apenas por marcação. Designers de interiores, lojas de decoração, hotéis e clientes particulares constam da lista dos que a procuram. 

O algodão é o material principal na criação das peças. Recentemente, Noémia começou a juntar desperdícios de cabos e cordas náuticas, provenientes de oficinas locais – caso da peça “Imperfect Square”, onde estes cabos servem de estrutura interior para dar o volume pretendido e tridimensionalidade à peça. 

“Quero continuar a utilizar as cordas que recolho nos estaleiros de barcos e pescas locais de forma a dar uma nova vida a este material”. 

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