Mikel Irastorza assina o projeto de renovação deste apartamento localizado junto ao lindíssimo parque Alderdi Eder, em San Sebastián, num edifício do início do século XX, morada para um casal e os seus dois filhos.
Projeto: Mikel Irastorza / Fotografia: Julien Fernández e Belén Imaz / Adaptação: Isabel Figueiredo
A sua base clássica convive sem litígios com uma decoração eclética e colorida, que mistura peças de design com outras vintage. No coração de San Sebastián, em Espanha, este apartamento de 170 metros quadrados com vista para o Golfo de Biscaia, junto aos jardins de Alderdi, faz parte de um edifício do início do século XX: “Os proprietários, que conheciam o meu trabalho das revistas, contactaram o estúdio para realizar uma remodelação abrangente que se adaptasse às suas novas necessidades – um casal com dois filhos – e, ao mesmo tempo, recuperar o que fosse possível, dentro do espírito da época a que pertence o prédio onde está localizado, edifício também ele restaurado recentemente”, elucida Mikel Irastorza.
A amplitude da planta original permitiu criar divisões de grande volumetria e uma distribuição muito mais generosa, e funcional, onde os quartos e zonas comuns se abrem para fachadas inundadas pela luz natural. No interior do apartamento, mais recuadas das fachadas com janelas, encontram-se apenas as casas de banho e a cozinha, com as suas paredes cor-de-rosa, embora esta última capte a luz proveniente da sala, uma vez que foi fechada com uma divisória de vidro.
Mikel Irastorza avançou então com uma proposta de interiores onde, mais uma vez, surpreende com a forma como usa a cor e o estilo eclético. A base evidencia reminiscências clássicas – tetos altos e molduras –, exibe uma combinação vitoriosa de peças de design e mobiliário vintage, e tudo isto resulta em ambientes surpreendentes, elegantes e equilibrados.
Para alcançar a essência de um ambiente clássico próprio da época, o estúdio incorporou uma série de elementos estruturais, como as molduras, que valorizam paredes e tetos, ou a lareira em mármore francês. Para o chão, foi escolhido um piso de carvalho com ripas largas que se encaixam perfeitamente nos volumes e espaços amplos da casa.
Todos os materiais e peças eleitas obedecem a este espírito eclético, combinando contemporaneidade com história, design com arte, funcionalidade e originalidade. No fim de contas, a casa assume-se como um lugar onde o conforto é rei e a luz e a vista são dominantes. E tudo o que ali vemos dialoga com a base naturalmente clara, proporcionando um habitar fácil e descontraído, casando-se várias formas, volumes, cores e texturas sem prejuízo da traça original.