Por a 5 Dezembro 2023

Quando a arquiteta Julliana Camargo recebeu a planta deste apartamento, o potencial de abrir a casa era imenso. Três quartos e uma churrasqueira no andar superior anteviam mudanças de fundo. E cor, muita cor.

Projeto: Juliana Camargo / Fotografia: Victor Affaro / segundo memória descritiva

Uma das decisões ficou, logo a partir daquele dia, em cima da mesa, com toda a concordância da cliente, o que para o atelier de Julliana Camargo se revelou meio caminho andado: fechar a laje superior do prédio, tarefa permitida estruturalmente.

O programa começou a ser definido a partir do layout e das necessidades e foi assim que as mudanças aconteceram. No andar inferior do apartamento foram mantidos dois dos quartos, um da filha e outro para visitas, sendo que o principal ainda ganhou um closet.  

O que antes era a sala de estar foi transformado num grande hall de entrada, um núcleo que se distribui para os demais ambientes. A partir daqui, faz-se o acesso para os quartos, através de uma estante de marcenaria, para o terraço, que hoje é um escritório com copa, para a lavandaria, que apesar de estar localizada na entrada ficou camuflada por uma porta de ferro vermelha, e peça de destaque.

Além disso, é a partir deste ponto que é ainda possível aceder ao segundo nível, através de uma escada que recebeu um novo projeto, totalmente integrada através do piso único e da sua estrutura metálica. Esta escada também recebeu uma tela metálica de aço como proteção, o que faz dela uma peça escultórica. 

O segundo nível foi transformado na área social do apartamento. O primeiro desafio foi projetar a forma como o terraço seria fechado, pensado como um pavilhão. Manteve-se uma área externa de terraço e espaços verdes, com vasos e um jardim vertical, criando a ventilação e luminosidade necessárias. O segundo desafio foi encaixar um container, que se transformou no lavabo e num objeto de destaque do projeto. Entre o verde do paisagismo, é ali que reside a cozinha rosa, numa combinação do antigo com o moderno. 

Para os revestimentos, foi escolhida a madeira acinzentada da canela de demolição e a pastilha hexagonal que se encontra em todas as áreas molhadas. Propor uma linguagem mais minimalista para os revestimentos foi essencial para que a decoração pudesse ter mais cor. Cor esta que surge em várias perspectivas do projeto, desde o teto da cozinha que recebeu papel de parede com padrão de xadrez, à copa, verde clara, estilo anos 50, ao sofá com flores da estilista Adriana Barra… enfim, um final feliz, um projeto cheio de histórias, para uma cliente que adora viajar e viver. 

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