Por a 27 Dezembro 2023

Arquiteta de formação, teve aulas de pintura em Madrid. A sua abordagem, como refere, é intrinsecamente autodidata: uma escapatória catártica e uma abstração em relação à rigidez inerente à arquitetura.    

Sophia Hamilton nasceu em 1990, em Copenhaga, é arquiteta de profissão e artista de paixão. 

“Tracei o meu caminho académico na Universidade Lusíada de Lisboa, onde tirei a licenciatura, e na Universidad San Pablo Ceu, onde concluí o mestrado em Arquitetura. Este percurso educacional proporcionou-me uma base sólida, não apenas para a prática da arquitetura, mas também para a exploração da esfera artística. Em Madrid, foi atrás de uma compreensão mais profunda e global do universo das artes e teve aulas de pintura, onde aprendeu diferentes técnicas e desenvolveu novas formas de criar. 

Atualmente, estabelecida em Lisboa, Sophia tece uma narrativa “através da minha dualidade profissional. O meu tempo é habilmente dividido entre projetos arquitetónicos e a minha paixão pela pintura”. Duas paixões que, aparentemente distintas, “coexistem harmoniosamente no meu universo criativo”. 

A sua abordagem à arte é intrinsecamente autodidata, representando para Sophia uma escapatória catártica e uma abstração em relação à rigidez inerente à arquitetura. “Enquanto na arquitetura busco a precisão e a racionalidade, aliando a estética à vivência funcional do espaço, na pintura encontro a liberdade de explorar o inexplorado, de transcender os limites do tangível para alcançar o subjetivo e o emocional”. 

É essa dualidade transformadora que define a sua prática artística. “Cada obra de arte que produzo é uma narrativa visual que vai além da estética, onde busco tocar as emoções mais profundas daqueles que a contemplam”. 

Até à data, a arquiteta e artista desenvolveu e criou três séries distintas, cada uma com a sua temática e estilos únicos: a Série Geral, uma ode à essência da natureza e à fluidez intuitiva da vida — cada obra é traçada em movimentos suaves e fluidos, captando a essência do mundo natural de uma forma abstrata e orgânica. As cores e os padrões fundem-se, refletindo a interconectividade e a energia inerente à vida. “Nesta série, a arte é mais do que uma mera representação visual, é uma celebração da liberdade criativa e da capacidade humana de expressar emoções através da intuição e da fluidez”; a Série Kintsugi, uma série que combina os princípios da arte milenar japonesa do Kintsugi com uma preocupação de sustentabilidade. Fragmentos de testes de cor e pinturas que estavam destinados a uma gaveta, são aproveitados e ganham um novo propósito nesta nova composição. “Cada fragmento é cuidadosamente incorporado à obra, criando uma narrativa visual que celebra a jornada criativa e a capacidade de transformação — um convite à reflexão sobre a importância do processo e a encontrar beleza na imperfeição, onde se procura ressignificar os erros e as tentativas anteriores, transformando-os em algo único; a Série Modular, uma série, infinitas possibilidades de layout. “Os elementos modulares podem ser dispostos e rearranjados de infinitas maneiras, permitindo que a arte se transforme e se adapte de acordo com o contexto e a intenção do espectador. Uma experiência interativa, onde cada composição se torna numa criação única, com a intenção de se encaixar em qualquer layout imaginável”. 

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