Por a 19 Janeiro 2024

Gonçalo Salazar de Sousa

Atelier fundado em Lisboa, 1993.
Empenho na procura da melhor concepção espacial, sobrevalorizando a organização funcional dos projetos. Através da força da criatividade e na forma cuidada de trabalhar o desenho,
procuramos corresponder com a maior qualidade aos desafios que se nos colocam.
Melhorar as soluções tradicionais e desenvolver as inovadoras, são os objetivos de quem quer produtos de êxito e duradouros. Explorar as tecnologias de que agora dispomos, dar aplicação adequada aos materiais, trabalhar o pormenor construtivo como parte de um todo, são critérios importantes a realçar, visando servir o utilizador do espaço, para o seu conforto e bem estar.

ServiçosProjetos de arquitetura em diversas áreas:
Escritórios * Espaços comerciais * Empreendimentos turísticos Reabilitação * Moradias * Edifícios de habitação nas mais variadas vertentes.

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Casa na Comporta II


Fotografias: Gui Morelli
Situada num loteamento urbano num Lote não muito grande e de forma quadrada. O terreno
tem um ligeiro declive descendente para uma várzea a Poente que culmina num pinhal.
A casa surge a partir de um quadrado. duas placas de betão, dispostas na horizontal, uma
poisada no terreno, a outra apoiada nas paredes exteriores. No meio, mais recolhida, existe a
casa.
A tardoz situam-se os quartos, todos com pátios exteriores protegidos por paliçadas de madeira
que garantem a privacidade e um ambiente intimista.
Para a frente, a sala, que se abre ao exterior através dum vão a todo o comprimento, em que
os envidraçados desaparecem no interior das paredes, prolonga-se para o jardim e para a
várzea.
O jardim é a continuação da casa. Areia clara com “ilhas” de plantas autóctones que rodeiam
um pequeno tanque.
Todos os compartimentos têm luz natural. As casas de banho foram objeto de uma particular
atenção. Estando no centro da casa, usufruem de uma grande luminosidade, através de pátios
interiores ou do teto, totalmente em vidro.
O conceito minimalista baseia-se na aplicação de três materiais apenas: a madeira branca, no
revestimento exterior da casa, bancadas das casas de banho e lareira; o betão, nos
pavimentos e tetos; e o estuque branco nas paredes interiores.
A luz natural é quem manda.


Casa na Costa Vicentina


Fotografia: João Guimarães
O projeto localiza-se num terreno junto ao mar, na Costa Sudoeste de Portugal e integrada no
Parque Natural da Costa Vicentina
Trata-se de uma casa de férias para uma família de Lisboa e tem a sua origem numas
construções pré-existentes. Apesar das pré-existências terem sido totalmente demolidas,
devido ao mau estado de conservação, mantivemos a mesma implantação para as novas
construções.
O terreno, situado no paraíso natural da Costa Vicentina, é estreito e termina no mar.
A implantação das 4 casas formam ao centro, um pátio de grandes dimensões, que funciona
como uma pequena praça. Nesta zona exterior, foram criadas várias subzonas de estadia,
permitindo uma vivência diferenciada do espaço.
Foram criadas zonas de sombra e de solário, definidas pelas zonas de deck, delimitadas por
vegetação autóctone e areia.
Todas as casas apresentam uma volumetria simples retangular com uma cobertura de duas
águas em telha rústica e artesanal. Este conceito arquitetónico, caracteriza as construções da
região, embora a intervenção acrescente a modernidade e o conforto de uma casa
contemporânea.
A luz natural é predominante em todos os compartimentos, mesmo os espaços interiores têm
iluminação natural através de claraboias. As janelas correm dentro das paredes, permitindo
desta forma, uma ligação com o exterior franca e natural.
A sala da casa maior e principal, tem uma forma retangular com 21m de comprimento. Esta
área é subdividida por um elemento central, onde se localiza a lareira, que divide a zona de
estar e a zona de refeições. A cozinha é aberta e permite uma vivência informal.
Toda a casa é percorrida por uma pérgula de ensombramento no exterior, coberta com varas
de pinho. O ensombramento resulta nuns segmentos de luz que se desenham nas paredes e
no pavimento, criando um ambiente calmo e sugestivo.
No interior, foi usado o microcimento nos pavimentos, o estuque com pintura branca nas
paredes e madeira no revestimento dos tetos.
Os arranjos paisagísticos foram concebidos de modo a ligar os volumes construídos, criando
diferentes ambientes de estadia e de observação. Existe o local da pequena horta, o local da
fogueira noturna localizada numa antiga eira, agora preenchida com areia, onde as pessoas se
perdem nas conversas.
A iluminação exterior foi meticulosamente pensada de forma a marcar os caminhos de forma
desinteressada e a criar ambientes de máximo conforto, porque a casa também se vive de
noite, sobretudo num local onde não existe poluição luminosa.


Casa em Cacela Velha


Fotografia: João Guimarães

A casa situa-se no Algarve, sul de Portugal, na vila histórica de Cacela Velha.
Trata-se de um projeto de reabilitação de uma antiga casa do princípio do século XX. Ao longo
dos anos foi sofrendo alterações. Inicialmente era uma pequena habitação de um agricultor
com os respetivos armazéns agrícolas. Mais tarde foi ampliado um 2º piso e assim se manteve
até aos dias de hoje.
Este piso superior resultou numa volumetria desequilibrada e um tanto bizarra, acentuando a
verticalidade da construção, contrastando com a extensão térrea da casa ao longo da rua.
Foi nossa intenção, devolver alguma coerência volumétrica à construção, recorrendo à criação
de uma pérgula, com cobertura ligeira de ensombramento em varas de pinho, assente em
grossos pilares, sobre o terraço a nascente.
A norte, o edifício apresentava uma fachada cega, com algum impacto visual, bastante
negativo. Para contrariar este impacto visual e de forma a reforçar visualmente a unidade da
construção, foram criados 2 vãos verticais (um em cada piso) que funcionam como elo de
ligação dos dois pisos.
A fachada principal da casa, ao nível do piso térreo, apresentava 8 vãos envoltos com uma
moldura argamassada, um pouco rebuscada para a arquitetura popular e característica da
zona. Procurámos simplificar essa moldura, dando-lhe um pouco mais de largura e limitando o
seu desenho, à forma do vão existente. As portadas exteriores foram substituídas por
meias-portadas, de modo a garantir a entrada de luz natural no interior da habitação e ao
mesmo tempo, dar privacidade ao utilizador.
Procurámos reinventar o conceito de pátio, tão característico desta zona do país, criando uma
zona de estadia e uma pequena piscina com um carácter de tanque. A piscina não está
completamente enterrada, emergindo do terreno, possibilitando uma vivência natural e
espontânea do espaço.
Todo o espaço exterior é murado, dada a proximidade da estrada, garantindo desta forma a
privacidade para o interior do pátio. Este muro em alvenaria é percorrido superiormente por um
tabuado que culmina no portão de acesso.
Todo o interior foi demolido e fez-se uma nova compartimentação. A sala, ao nível do pátio, tem
uma relação aberta com o exterior, proporcionando um uso descontraído e informal. No piso
superior está localizada a suite principal, ampla e com acesso aos 2 terraços existentes

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