Por a 17 Abril 2024

É uma daquelas casas que nos fazem sonhar com dias sem pressa. Empoleirada numa escarpa e aberta ao mar, esta casa que se desenvolve em níveis e tem na madeira a matéria principal, é um refugio de sonho e calma, para onde apetece ir já.

Projeto: Felipe Carolo / Fotografia: Ruy Teixeira

Idealizada na década de 1980 com projeto de Ricardo Caruana – precursor da construção em madeira no Brasil -, a casa antes do projeto de remodelação a que foi sujeita estava em muito mau estado, devido às intempéries a que estava exposta, uma vez que a sua localização exigia muita manutenção.

Situada num declive acentuado, com uma altura na zona social de aproximadamente 60 metros acima do nível do mar, a casa goza de uma localização única e uma excelente vista que enquadra o mar e a natureza que a rodeia.

Inicialmente, a ideia era apenas fazer algum trabalho de restauro e manutenção, mas acabou por se tornar um projeto de remodelação completa que equacionou desde a estrutura à decoração.

Foi então proposto um novo projeto de iluminação, de design de interiores e de paisagismo, e a maior mudança foi a alteração das fachadas para novas caixilharias, eliminando assim  grande parte dos obstáculos que poderiam dificultar a visão do interior da residência para a natureza. Foi ainda proposto a abertura de todos os espaços ao exterior, aumentando assim não só a iluminação natural, mas também a ventilação em toda a casa.

Um dos grandes destaques desta casa é a piscina. Sustentada unicamente por 3 grandes pilares maciços de madeira, inicialmente tinha mais 2,70 m de profundidade e era pouco utilizada. Foi então equacionado um novo nível para a profundidade da piscina, de 1,20 metros e também foi aquecida – “estando à beira da falésia, o vento e a sensação de frio eram extremos, com o aquecimento e a possibilidade de ficar em pé, a piscina tornou-se muito mais apetecível“, contam os autores do projeto.

A base para a escolha das cores e materiais foi só uma, iluminar e uniformizar os tons dos ambientes. Para isso, foram usados tons off-white, nos revestimentos  das áreas húmidas, a escolha recaiu no Marmore Navonna Bruto, e as madeiras foram tratadas e recuperadas, deixando-as com a mesma tonalidade e com acabamento fosco. No exterior, foi utilizado um verniz para unificar os tons da madeira, uma vez que existem mais de quatro tipos, logo quatro tons diferentes.

Na decoração, procurou-se um ambiente clean, elegante, prático e o mais básico possível.

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