Por a 5 Junho 2024

No Alto das Amoreiras, orientado a Sul, este apartamento em dois níveis, tira partido das vistas da cidade na encosta, com o rio ao fundo, e aloja uma coleção de arte, determinante para o redesenho de grande parte dos seus ambientes.

Arquitetura: RRJ Arquitetos / Fotografia: Paulo Lima / Produção: Amparo Santa-Clara / Texto: Isabel Figueiredo

O que é hoje um apartamento T2, com 200m2 de área bruta distribuídos por dois pisos, foi, no passado, um T3, com acabamentos tradicionais e uma compartimentação excessiva, desajustada ao estilo de vida do seu proprietário e aos seus objetivos. Depois das obras feitas, o duplex ganhou outra luminosidade e sensação de amplitude, tirando hoje partido da área útil, apoiado pelos seus dois terraços, um no piso superior, que serve a suíte principal, e outro acedido pela sala, em baixo, com 7m2.

“Originalmente, a casa era um T3, com uma distribuição bastante compartimentada, e com acabamentos muito tradicionais. O objetivo da intervenção foi ampliar o espaço social, eliminar barreiras e integrar um estilo de vida em open space”, conta-nos o arquiteto Rui Pinto Gonçalves.

“Também se alterou a escada de interligação entre os dois pisos, que se revelava pouco funcional”, adianta. Ao nível dos acabamentos, prossegue, procurou-se criar “um ambiente mais moderno, mas com a prevalência do fator conforto.” A introdução do preto, em algumas das paredes, foi essencial para quebrar pontualmente a dose generosa de luminosidade e salientar algumas peças, pois era importante criar um espaço que pudesse servir de base às diferentes obras de arte do proprietário, muitas delas trazidas das viagens que faz.

A casa adapta-se a diferentes estilos de vida, podendo servir uma pequena família, um casal, ou simplesmente um anfitrião, que gosta de receber os amigos e a família, tanto numa vertente social, como numa vertente mais privada. A sua localização privilegiada, o espaço amplo e a vista desafogada sobre um parque privado com árvores centenárias constituem grande parte das suas valências.

No processo de renovação e restruturação, foram importantes as várias soluções encontradas para o resultado final. “Destacamos a ampliação do espaço através da eliminação de circulações e compartimentos”, e uma outra, empreendida na zona social, “que foi a criação de um terraço interior, que traz um bocadinho da rua e do verde para dentro da casa  e que permite a entrada de mais luz através das grandes janelas, hoje existentes na sala”.

As obras de arte são de grande importância para quem aqui habita, uma vez que muitos dos ambientes foram projetados a pensar nelas, sobretudo considerando tratar-se de peças que já faziam parte da história de vida do proprietário.

Da mesma forma, os acabamentos têm um papel importante, contribuindo para reforçar a necessidade de uma casa mais atual.

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