Inspirada nos tradicionais ‘montes’ da paisagem rural portuguesa, a Casa na Romeira deseja esculpir o próprio lugar. O seu acesso não é imediato, é feito circundando uma pequena colina, convidando os visitantes a apreciá-la visualmente antes de entrar.
Projeto: dp arquitectos / Fotografias: Ivo Tavares Studio / segundo memória descritiva
Localizada na periferia da Romeira, em Santarém, a Casa que ganhou o nome da localidade, nasceu com o desejo de modelar o próprio lugar.
Com significado e propósito, organiza-se potenciando alinhamentos visuais sobre o território, numa perspectiva urbana e paisagística, assumindo-se simultaneamente como uma referência visual.
O seu acesso não é direto e imediato a partir da via pública, mas oculto. Circundando a pequena colina onde a casa assenta, sobe até ao lado de uma pequena mancha de azinheiras que se preserva integralmente. Cria-se assim um distanciamento propositado que aporta privacidade ao uso quotidiano e a obrigatoriedade de fazer um percurso de aproximação. Permite apreender visualmente o edifício antes de chegar ao ponto de entrada.
A casa desenha-se através da agregação de múltiplos espaços contidos em volumes. Cada um com a sua própria identidade e função programática, definidos pelos seus diferentes atributos tipológicos. Trabalha-se a ideia de fragmentação do conjunto numa soma de espaços autónomos ou interligados, integradores de aspectos estéticos e construtivos contemporâneos.
Valoriza-se a herança de alguns temas formais de inspiração na paisagem rural portuguesa, remetendo particularmente aos edificados conhecidos como “montes”, erigidos em sítios dominantes sobre a paisagem e formados por conjuntos de volumes informalmente posicionados.