Por a 10 Setembro 2024

Reviver os anos 50, introduzir cor, autenticidade, memórias afetivas e diversão. Esta é a receita que levou ao sucesso o projeto que Fabiana Cyon, em parceria com Ana Paula de Castro, desenhou para este apartamento. O resultado é o que gostamos de chamar de “uma casa vivida“.

Projeto: Fabiana Cyon em colaboração com Ana Paula de Castro / Fotografia: Luiza Schreier

A relação da arquiteta Fabiana Cyon com os clientes deste projeto é antiga: começou em 2012, quando foram vizinhos numa outra morada. Anos mais tarde e umas quantas voltas na vida depois, voltaram a viver lado a lado e assim que assinaram o contrato, chamaram a amiga e arquiteta para lhes ajudar no projeto de interiores.

O apartamento, com 220m2, precisava de uma remodelação total, mas havia a vontade de manter alguns elementos originais do ano da sua construção – 1950 -, como as portas originais. As principais mudanças foram feitas na cozinha – que foi ampliada para ganhar uma zona de copa e reunir a família na altura de cozinhar. E também nos quartos que, originalmente eram dois e passaram a três suítes.

Os proprietários e amigos de Fabiana tinham alguns pedidos, nomeadamente para a sala, onde gostavam de ter espaço para colocar livros. Para dar resposta a este desejo, a arquiteta desenhou um móvel que ocupa toda uma parede – oposta às janelas -, e que acabou por receber não só os livros como outras funções: tornou-se hall de entrada, nicho para a televisão e janela passa-pratos ligada à cozinha. O armário emoldura ainda o acesso à zona mais intima da casa.

As cores utilizadas nas marcenarias, tornaram-se num elemento marcante de todo o apartamento e indicam os diferentes usos: verde para estantes e usos comuns, azul para a cozinha e tons neutros para os quartos.

De salientar que, a transformação do apartamento para ficar com três suites também trouxe algumas surpresas, entre elas, durante o processo de demolição, o aparecimento dos tubos das águas pluviais do edifício. “Decidimos deixar à vista e pintar o cano de um vermelho intenso. Os clientes aceitaram a decisão e achamos que ficou charmoso“, conta Ana Paula de Castro.

Passando para a zona mais intima do apartamento, no hall, um armário verde usado como roupeiro desdobra-se em bancada para poder ser um segundo home office. O primeiro escritório é também usado como quarto de hóspedes.

Quanto ao mobiliário, a maior parte já pertencia aos moradores, as peças novas foram apenas o sofá e as cadeiras da mesa de jantar. Fabiana conta, “a Teresa já tinha peças muito bonitas, como um sofá muito simpático dos anos 60 e uma coleção de bancos de madeira rústicos e antigos. Outros elementos importantes e cheios de personalidade são o louceiro da cozinha – feito de madeira de demolição pelo designer e marceneiro Kim Courbet – e o armário da sala“.

Em suma, arquitetas e clientes concordam que, a mistura de referências, cores e soluções resultou numa decoração autêntica, cheia de memórias afetivas e com a personalidade de quem a habita. Aquilo a que chamamos de casa vivida.

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