“Se é a experiência que interessa…então, falta-me sempre fazer tudo”.
Texto: Isabel Figueiredo
A sua passagem pela arquitetura foi, como nos diz, “apenas na formação, na Universidade. Nunca exerci arquitetura. Mas foram os ingredientes e/ou os temas que a arquitetura aborda que me interessaram e me levaram às artes visuais”. Tomaz Hipólito (1969, Lisboa) acrescenta: “As questões que me interessam explorar são sempre as mesmas, há variações que se traduzem em diferentes séries, mas a raiz é a mesma. A representação formal das obras pode adotar diferentes meios, como a fotografia, o desenho, a performance, a instalação, o vídeo, a pintura… combinadas ou não. De qualquer forma, o meio é sempre refém da conceção da obra e do que esta pretende questionar”.

Elaborou, há muitos anos, um ‘statement’ sobre a sua prática artística, que continua a seguir, e que partilha com a Urbana: “O trabalho do Tomaz Hipólito aborda as questões do espaço, a sua ocupação e transformação. Mapear o gesto de forma a criar um território, intervalo, situado entre a subjetividade e a experiência que daí ocorre”.


Os vários meios usados visam melhor revelar o conceito de cada trabalho, porque “todo o processo se torna parte do trabalho. Como os gestos, todos os trabalhos são únicos”. Os dois próximos anos vão acolher vários projetos, em cidades como Lisboa, Porto, Tavira, Londres, Nova Iorque, Veneza, México, Tóquio e Seul, “a anunciar na devida altura pelas respetivas instituições. Alguns projetos são institucionais (museus e fundações), outros comerciais (galerias de arte e feiras) e outros ainda experimentais (projetos ativados apenas por artistas).


Um lema de vida pelo qual se tem pautado e que pode sugerir aos artistas emergentes? “Não sigo lemas de vida. Trabalho naquilo que me interessa, que acho pertinente e que me dá prazer”.