Por a 8 Abril 2025

Uma casa de campo antiga, foi transformada num refúgio de fim de semana e num albúm de recordações de infância. O projeto assinado por Francisco Palmeiro assenta num estilo eclético onde há espaço para peças vintage, padrões inusitados, tapetes persas e cores alegres. O resultado, é uma casa com personalidade onde apetece ficar.

Projeto: Francisco Palmeiro / Paisagismo: João Saldanha / Fotografias: Juliano Colodeti

Refúgio de férias e de fim de semana, esta casa de campo na serra nasceu da vontade do seu proprietário em reviver recordações de infância. Paulo, que mora no Rio de Janeiro, decidiu comprar esta casa antiga de 250m2 para fugir da cidade e receber os amigos. Depois da compra, encomendou um projeto de remodelação total e decoração ao arquiteto Francisco Palmeiro, que contou com o paisagista João Saldanha para desenhar o projeto paisagístico do lote de 500m2.

O projeto envolveu transformações estruturais significativas na construção existente, sem perder a essência histórica da região e a forte relação afetiva com o cliente. A remodelação deu prioridade à amplitude dos ambientes, garantindo maior luminosidade e ventilação – como a cozinha, integrada à sala de estar através de aberturas estratégicas. Já a entrada de luz natural foi potenciada pelas amplas janelas e pelo pé-direito de seis metros, ocupado por grandes tapetes turcos, persas e iranianos que dividem visualmente a função de cada espaço. O projeto também manteve e restaurou elementos originais, como pavimentos, forros e tijolinhos aparentes, equilibrando materiais antigos e novos.

A casa conta, no piso inferior, com três suítes e uma sala de cinema, enquanto o piso superior acolhe um amplo salão com quatro ambientes, incluindo um escritório, sala de piano, sala de jantar e cozinha integrada. Este andar dispõe ainda de uma suíte, lavabo, duas varandas e uma área de serviço.

Na zona exterior, destacam-se a piscina, a sauna e o jardim assinado pelo paisagista João Saldanha, que trouxe cores vibrantes para contrastar com a mata fechada da região, utilizando espécies como hortênsias, hibiscos, buganvílias e bromélias.

A seleção do mobiliário reflete um conceito eclético e intemporal, mesclando influências inglesas, mineiras e cariocas. Peças resgatadas de antiguidades, como a mesa de jantar de pinho, a cristaleira Art Déco e a mesa redonda com tampo de mármore, integram a composição.  Por outro lado, o papel de parede em xadrez da cozinha, em tons de verde, azul e dourado, junto à bancada de mármore Verde Guatemala, foi o ponto de partida para os toques de cor da área social.

Na sala de estar, os sofás Chesterfield, em couro verde-folha, contrastam com o tom cereja mesclado do pufe e dos assentos das cadeiras de pinho-de-riga, dispostos sobre um grande tapete em padrão de escamas.

Na suíte principal, a cabeceira produzida com tacos de peroba-do-campo, encontrados no antigo sótão da casa, adiciona um elemento de memória ao espaço.

Para o arquiteto, o maior desafio do projeto foi lidar com as aberturas dos vãos e reforços estruturais, garantindo um equilíbrio entre funcionalidade e identidade estética. “Um projeto que se desenvolve ao longo de um ano aproxima-nos das realidades impostas por condições climáticas diversas, e permitem compreender as necessidades reais do espaço e criar afinidades que garantem durabilidade e conforto ao longo do tempo”, conclui Francisco Palmeiro.