O Curia Studio assina o projeto desta casa datada do século XIX, em Ponta Delgada, com vista para o Oceano Atlântico.
Projeto: Curia Studio / Fotografias: Pedro Machado / Texto: segundo memória descritiva
Situada numa freguesia rural do concelho de Ponta Delgada, esta casa do ano de 1897, com vista para o Oceano Atlântico e um estilo muito peculiar, serve de escape e refúgio para a família que vive na cidade. Uma das premissas para este projeto passou por respeitar toda a história que a casa conta. “Podemos encontrar essas cicatrizes nas paredes, nas madeiras, nos puxadores e em vários detalhes”. Esse passado visível, foi o ponto de partida para os interiores, onde o objetivo passou por um equilíbrio entre o existente e a nova intervenção do Curia Studio, de modo a que tudo funcionasse em harmonia e perfeita comunicação.

“Nesta época, a arquitetura era muito caracterizada pela existência da ‘loja’, que se situava sempre no piso térreo por forma a comercializar o que a família tinha para vender”. Nesta reabilitação, manteve-se este caráter social, transformando este espaço na sala de estar e jantar da casa.



No piso 1, encontram-se os quartos, um escritório, a cozinha e a instalação sanitária. “Por fim, conseguimos ainda acomodar no sótão uma zona de estar e dormir”. Relativamente aos acabamentos da casa, é notória uma diferença nos materiais entre os vários pisos.





“Ao contrário do piso térreo, no piso 1, conseguimos observar vários acabamentos mais nobres que acabam por diferenciar em grande medida estes espaços.





Os pés direitos mais altos, pavimentos em madeira maciça e os vários detalhes e acabamentos, são algumas das características que valorizam este piso”. As paredes interiores em tabique foram mantidas, assim como o seu acabamento tosco natural.



Parte do mobiliário da casa, pertencente à família, foi integrado nos novos interiores “de uma forma coerente”. A maioria das peças em estofo que foram adicionadas ou restauradas incluem tecidos da marca Linwood. Por seu turno, algumas luminárias acabam por se revelar elementos muito presentes nos espaços, nomeadamente na sala de jantar — caso do candeeiro de suspensão do designer Thomas O’Brien, da Visual Comfort, assim como a peça escolhida para a sala de jogos, feita artesanalmente pela marca portuguesa Lobo Atelier.



“Neste projeto, fomos presenteados com o bom gosto dos clientes, e muitos dos materiais e acabamentos da obra acabaram por ser decisão dos próprios”.