A sua abertura para as águas furtadas ampliou a dimensão original do espaço útil, sendo hoje possível aqui usufruir de uma vida familiar sem atropelos, onde todos se sentem à vontade, no centro da cidade.
Interiores: Luísa Castro Fotografia: Catarina Proença de Carvalho / Produção: Amparo Santa-Clara / Texto: Isabel Figueiredo
Localizado nas Amoreiras, bairro de Lisboa com um cruzamento de edifícios modernos e outros de época, este apartamento foi pensado para um homem solteiro que, aos fins de semana, partilha o espaço com os seus três filhos. Havia, como tal, que adaptar as suas necessidades a dois tipos de vivência: a solo e em conjunto com a sua família. Dividida em vários espaços, a habitação soma hoje uns generosos 180m2 de área útil e é apoiada pelo terraço de 45m2.
Remodelado pelo arquiteto Gonçalo Pires Marques, o apartamento tinha antes três divisões, mas ao ser aberta uma parede para as águas furtadas do prédio, foi possível aumentar o espaço, que foi ganho com toda a área do telhado do prédio. A partir deste ponto, foi possível adaptar a casa às necessidades que o proprietário tinha, relativamente aos filhos que o acompanham durante os fins de semana. Toda esta intervenção foi feita com pladur com isolamento.
Também a cozinha foi remodelada, mas sem prejuízo do seu estilo, tipicamente dos anos 50, fazendo justiça ao estilo de arquitetura do prédio, daquela época, com assinatura do arquiteto Pardal Monteiro. Tudo o mais, consistiu numa mudança que aproxima o apartamento dos tempos atuais, optando-se por cimento afagado e matérias mais minimalistas nalguns espaços da casa, dominado assim o cinza e o branco.
Resolvida a questão do espaço, havia que pensar na decoração e na disposição de móveis e peças. Luísa Castro assina os interiores e as escolhas ao nível dos materiais de acabamento, nomeadamente os acima referidos. Todo o mobiliário foi sendo adquirido aos poucos e não propriamente a pensar neste apartamento, mas, afinal, não é essa a melhor forma de equipar uma casa? Não apenas é uma boa forma de vestir os ambientes com as memórias de outras casas, como a mistura de peças, que já tiveram outro destino, podem hoje combinar-se numa nova morada e entre elas conviver, num reflexo do estilo de vida e experiências de quem ali habita. No meio destas escolhas, destaca-se a Ducati, estacionada na casa de jantar, mas também pinturas e fotografias, livros, cerâmicas…
Lá fora, um terraço de grandes dimensões permite avistar a cidade. É mais um privilégio para quem escolhe a cidade para morar.