Por a 22 Setembro 2023

Uma construção abstracta, composta por inúmeras colunas dispostas numa malha irregular de densidade variável. Assim é a Casa Hipostila.

Projeto: Miguel Marcelino / Fotografia: Arquivo Miguel Marcelino (foto de Lourenço T. Abreu) / segundo memória descritiva

Fica em Pedrogão Grande, na Aldeia das Freiras, esta casa recentemente terminada e assinada pelo arquiteto Miguel Marcelino. “Casa Hipostila” foi o nome que acolheu – lembramos que ‘hispostilo’ é uma palavra grega que significa “teto sustentado por colunas”.

A casa está numa zona rural, num terreno bonito e verdejante comprado pelo cliente em 2017. Na altura, tinha ainda umas construções em ruínas. Recorde-se que, em junho desse ano, um incêndio de proporções devastadoras destruiu aquela zona, e naturalmente também a flora do terreno e de toda a envolvente.

Esta catástrofe levou a uma alteração dramática da paisagem, o que por sua vez, tornou bastante clara a topografia domesticada por um sistema de socalcos, trazendo à memória a região vinícola do Douro ou, mais longínquo, os terraços agrícolas Incas no Peru.

Tornou-se então claro que o projecto devia recuperar e apoiar-se nesses terraços. Havia também a sensação que aquela topografia não pedia uma casa tradicional, de um ponto de vista arquétipal, mas antes algo mais indefinido, como uma estrutura habitada.

A solução foi uma construção abstracta composta por inúmeras colunas dispostas numa malha irregular de densidade variável – uma estrutura hipóstila – procurando conseguir ao mesmo tempo fluidez espacial e filtragem tridimensional entre espaços privados e paisagem exterior.

Cinco anos depois, a envolvente está novamente verdejante e a nova estrutura torna-se agora também parte deste sistema de paisagem construída.

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