Por a 24 Abril 2024

Este duplex de 95m2 é a nova morada do arquiteto Daniel de Castro, do escritório DCC Arquitetura. O apartamento que dá ares de moradia, carateriza-se pelas amplas janelas que permitem espreitar para as copas das árvores.

Projeto: Daniel de Castro Cunha / Fotografias: Alessandro Gruetzmacher

Após uma longa procura, que precisava dar resposta a uma extensa lista de exigências, o arquiteto Daniel de Castro Cunha finalmente comprou este apartamento duplex, de 95m2, num edifício construído nos anos 80, já com a intenção de fazer uma remodelação total.

No novo apartamento, Daniel queria ambientes despretensiosos e, ao mesmo tempo, elegantes e sofisticados; uma zona social ampla com acesso a uma varanda; uma cozinha que não fosse integrada; e uma adega com capacidade para receber 100 garrafas.

Com a remodelação, a escada – antes em formato helicoidal e estreita, foi substituída por um modelo em L, bem mais confortável para uso no dia a dia, com uma estrutura em serralharia pintada de branco e degraus de madeira.

Na planta original do piso superior, havia um mezanino com uma zona de estar (voltado para a abertura em vidro da fachada, que fica à altura das copas das árvores) e um quarto principal com uma janela de 1,5×1,5m e com uma cama encostada à parede. Após a remodelação, o mezanino foi transformado no quarto principal (do morador) e o antigo, que é menor, tornou-se no quarto de hóspedes. “O projeto tirou partido das copas das árvores da rua, que estão no mesmo nível da fachada de vidro do apartamento, para trazer uma atmosfera de casa na árvore”, sublinha o arquiteto.

Para a decoração, Daniel optou por uma paleta de tons neutros, terrosos e opacos, para criar uma sensação de conforto, leveza e elegância, mas também para destacar as peças de antiquário, vintage, de design e as obras de arte de seu próprio acervo. Também por isso, o piso foi revestido com tábuas de Peroba Rosa de demolição, a maioria dos tampos é de mármore branco Paraná, as paredes foram pintadas num tom cinza e o sofá foi estofado num tecido de sarja nas cores bege e cinza.

No hall de entrada, o aparador de madeira do século XIX, que serve de apoio ao bar, veio de uma fazenda de café brasileira e atualmente faz dupla com o candeeiro de mesa Taccia, da italiana FLOS. No meio da sala, o antigo baú de madeira com botões arredondados de ferro (usado no início do século XX para transportar mercadorias no interior do Brasil), foi transformado em mesa de apoio. Ao lado, o banquinho de madeira do século XIX foi encontrado pelo arquiteto numa feira de antiguidade de Paris.

Alguns móveis desenhados pelo arquiteto também se destacam na área social. É o caso da estante repleta de nichos para expor objetos, livros e obras de arte, espaço para acomodar uma tv e lareira embutida na marcenaria. Outra criação autoral é a mesa de jantar.

Na cozinha, o arquiteto adotou um estilo clean all white para aumentar a sensação de amplitude e compensar a pouca luz natural e uma viga que atravessa o espaço pelo meio.

Na suíte do arquiteto, vale a pena destacar a cabeceira, a cama baixa (com 50cm de altura), com mesas de cabeceira da mesma altura, tudo desenhado pelo próprio.  Outro destaque são as obras de arte ao lado da janela: a gravura maior, em preto e branco, é do arquiteto urbanista Lucio Costa e, a menor, do pintor Di Cavalcanti. O pavimento em madeira Peroba Rosa de demolição, foi replicado no quarto de banho da suíte, para manter a mesma linguagem estética e dar uma ideia de continuidade entre os espaços.

0
Would love your thoughts, please comment.x