Originalmente um T6, este apartamento é hoje um amplo T4 com uma vista aberta da cidade de Lisboa, onde uma extraordinária coleção de arte convive com peças de design e mobiliário num estilo eclético.
Texto: Isabel Figueiredo / Fotografias: Nuno Martinho / Produção: Amparo Santa-Clara
Sitiado em plena Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, num quarto andar, os 220m2 de área útil deste apartamento dividem-se em três suítes, além da destinada à empregada, e dos espaços de banho, cozinha e salas — estas últimas consideravelmente aumentadas pelo antigo proprietário, que já havia demolido algumas paredes. Assim, o que antes era um T6, é hoje um apartamento de tipologia T4, mais arejado e com uma amplitude visual e luminosidade melhoradas. Pouco houve a fazer na altura da aquisição pelos atuais proprietários, Claudio Alba e Mário Ferreira da Silva.



“Quando adquirimos o imóvel, decidimos mudar a cor das paredes das salas, aplicar papel de parede em alguns dos espaços e aumentar o pé direito, já que o dono anterior havia rebaixado o teto para ter luz indireta, a qual foi removida”, conta-nos Claudio.


Juntos há 38 anos, o casal divide o apartamento ainda com Jamie, “o nosso querido Labradoodle de quase sete anos de idade”, prossegue. “Gostamos imenso de receber amigos, com quem partilhamos uns drinks, jantares e almoços, bem como passar os fins de semana no campo”.







Depois de viveram em Londres durante quase 40 anos, onde integraram a equipa da Embaixada do Brasil na cidade inglesa, escolheram Portugal para morar, há três anos, país onde, dizem, se sentem muito felizes! É por isso, que esta casa exibe tantas recordações dos tempos passados no Reino Unido: “Os nossos móveis e objetos foram, na sua grande maioria, adquiridos durante esses anos a morar em Inglaterra. Éramos clientes assíduos de lojas de antiguidades, tanto em Londres como aquelas que encontrávamos no campo inglês, e sempre gostamos muito de decoração, mesclando o ambiente clássico com um toque de modernidade”.


A localização nas Avenidas Novas, em Lisboa, “é simplesmente perfeita”, avança Claudio. “O bairro é plano, cheio de restaurantes, bares, lojas e todo o tipo de comércio, sem contar com a proximidade do parque Eduardo VII, da Fundação Gulbenkian e do El Corte Inglés”.


Ao mobiliário, nomeadamente o inglês, das eras “victorian and regency”, junta-se a coleção de arte. Nesta casa, podemos ver quadros de artistas como Almir Reis, Volnei Malaquias, Bandeira de Melo, Ivald Granato, Olivier Mourão, Monica Menkes, Sara Maia, Paula Paes Leme, Kim Poor, Mai-Britt Wolthers, mas também obras da fotógrafa americana Lisa Kristine. Às obras de arte e de fotografia, juntam-se ainda outras, adquiridas na Christie’s, bem como as duas esculturas de anjos do século XVII, adquiridas numa galeria de arte inglesa, a escultura do artista americano Patrick Schumacher, e uma outra, da artista brasileira radicada em Londres Lella Castello-Branco.




Da varanda, “sem dúvida um dos espaços preferidos por nós, além da sala de televisão”, avista-se o bairro e mede-se o pulso ao frenesim da cidade. Os planos de vidro deixam entrar a luz natural e destacam as texturas, cores, brilhos e reflexos, um testemunho generoso do estilo de vida do casal, das suas preferências e gostos.