Por a 28 Março 2025

Dividido em casa principal e casa de hóspedes, a propriedade destaca-se pela estrutura em aço e madeira, com quartos e salas que se abrem para a paisagem. O estúdio Ao Cubo Arquitetura assina o projeto e as fotografias são de André Nazareth.

Projeto: Ao Cubo Arquitetura / Fotografias: André Nazareth / Produção (casa de hóspedes): Simone Raitzik / Paisagismo: 1ª fase – Viviane Menescal / 2ª fase – Gustavo Martinelli

Um casal e os seus dois filhos – um menino de 10 anos e uma menina de 6 anos -, procuravam uma casa de campo para passar as férias e fins de semana na região de Araras, no Brasil, quando recorreram ao escritório Ao Cubo Arquitetura, dos arquitetos Edna Maeda, Lessa Rust, Paula Paiva e Pedro de Hollanda. “Eles estavam na dúvida e foram ao nosso encontro para os ajudar na escolha do terreno antes da compra”, conta Lessa Rust, que já conhecia os clientes. De seguida, iniciou-se o projeto da casa, num terreno de 20 mil metros quadrados, cercado de verde. Num primeiro momento, foi construída a casa de hóspedes, com a intenção de fazer a casa principal numa segunda etapa.

Para a casa de hóspedes – que seria uma forma de usufruir do espaço enquanto construíam a casa principal -, os clientes desejavam uma casa plana com telhado e apoio de cozinha integrado à sala, e com dois quartos. Foram usadas pedras na fachada, tanto em função do aspecto estético, como também para não ter manutenção constante, conforme solicitado pelo cliente.

A estrutura metálica foi pintada de verde, para melhor se integrar na natureza, com caixilharias em madeira. Já as portas exteriores dos quartos, no mesmo material, conferem privacidade, eliminando a necessidade de cortinas. 

“Nos interiores, achámos importante explorar o forro aparente e o pavimento em madeira, para aquecer a casa. Nas casas de banho, fizemos meia parede em cerâmica artesanal e adotamos cimento queimado no piso e na bancada, além de usá-lo também na bancada da cozinha e no móvel da TV, para manter a linguagem entre as divisões. Já as portas interiores foram pintadas na cor verde”, descreve Edna Maeda. 

Na segunda etapa, para a casa principal, os arquitetos desenvolveram um novo projeto, que respondia melhor às necessidades e hábitos que os clientes adquiriram no local, usufruindo da casa de hóspedes e do terreno. “No projeto original seriam dois blocos separados. No entanto, os clientes solicitaram posteriormente a integração das duas casas, formando um corpo só. A área de passagem tornou-se uma varanda complementar, muito usada pela família”, explica Lessa.

Os clientes pediram para a nova construção compreender três quartos e uma cozinha maior, com possibilidade de ser integrada ou isolada em função do uso. Também desejavam novamente uma lareira na sala e um apoio de churrasqueira, que pudessem fechar nos dias frios. Visualmente, foram mantidas as características da casa de hóspedes, para criar uma unidade entre as duas, com pequenas alterações. Entre elas, as bancadas da cozinha e da churrasqueira, que ganharam tampo em granito preto, e as caixilharias das portas exteriores que passaram a ser em alumínio, para compensar as variações da madeira com a mudança de temperatura.

Uma curiosidade da casa principal é a área gourmet integrada na zona de estar, com um passa-pratos, com janela de correr, para a cozinha. “Este formato respondeu à vontade do cliente de usar o espaço mesmo em dias muito frios, contando com o apoio próximo da cozinha, sem a necessidade de aumentar a área da casa. Também permitiu o uso independente da cozinha da casa e da área da churrasqueira”, explica Paula Paiva. Outro destaque são as luminárias desenhadas em aço corten, de forma a se camuflarem no forro de madeira.

Entre os pontos em comum, nas duas casas, os quartos são voltados para o exterior. “O nosso objetivo era que a pessoa pudesse sair direto para o terreno no momento que desejasse, mas também existe um acesso para as áreas sociais através de um corredor interior”, conta Pedro de Hollanda. A construção foi implantada de forma a contemplar o terreno e o jardim, eliminando a sensação de frente ou tardoz da casa.