Os arquitetos belgas do atelier dmvA, assinam o projeto deste apartamento em Elsene, Bruxelas.
Fotografia: Sergio Pirrone / segundo a memória descritiva dos arquitetos
O projeto inclui uma sala para aulas/formação e um espaço para o diagnóstico avançado de imagens em odontologia, mas também é habitado pelo cliente e pelo seu companheiro. A casa existente, do início do século XX, está localizada entre dois prédios de apartamentos mais altos e faz parte de um grande bloco urbano. Ao preencher a lacuna entre os dois prédios de apartamentos com uma extensão, os arquitetos do atelier dmvA conseguiram que hoje a casa encaixe com harmonia, em termos de escala, com a envolvente. A casa original e os seus elementos existentes foram respeitados e mantidos intactos.
Por estar localizado num dos bairros mais caros de Bruxelas, era igualmente importante usar o espaço e a superfície disponíveis de maneira inteligente. Além de preencher o espaço não utilizado, a fusão das funções espaço de trabalho e espaço de habitação foi um fator importante na organização das áreas. A casa é composta por diferentes espaços que podem ser usados com flexibilidade, possibilitando a combinação e coexistência das duas funções. Por exemplo, a sala de formação no terceiro andar é também uma sala de jantar e cozinha, à noite; o bar de vinhos pode ser usado como sala de reuniões.
A extensão assenta maioritariamente no vidro e na fachada traseira foi adicionada uma tela de ‘guilhotina’ que serve como cortina solar. Devido ao uso frequente de vidro e aos espaços multifuncionais, a casa possui um lado voyeurista. Existe uma grande transparência entre o jardim e os espaços interiores, o que faz com que a vegetação urbana possa ser percebida por dentro. Através do piso de vidro, entre a clínica odontológica e a sala de formação, a prática pode ser observada a partir de cima durante a atividade. No segundo andar alojam-se os quartos do cliente e do seu companheiro, ligados a uma casa de banho partilhada, e aberta.