Pertencente à terceira geração de uma mesma família, esta casa na cidade de São Paulo foi reformada para receber os novos moradores, um jovem casal e o seu cão.
Fotografia: Maíra Acayaba / Segundo a memória descritiva dos arquitetos
Os espaços exageradamente compartimentados, com pouca iluminação e pé-direito baixo não correspondiam às atuais expectativas dos novos donos. Para que a casa se adaptasse ao habitar contemporâneo, a estrutura antiga foi demolida e mantidas apenas as alvenarias lindeiras ao lote, que são feitas de tijolo maciço e tinham função estrutural. O projeto é assinado pelo atelier brasileiro Estúdio BRA.
Após a demolição, o lote urbano, que mede 4×24 metros, foi ocupado com o novo programa que se dividiu em três níveis: piso térreo, superior e cobertura-jardim.
No piso térreo a interpretação da organização espacial é clara, o diálogo entre a cozinha, sala de estar, jardim, churrasqueira é franco, livre de fechamentos verticais.
O percurso inicia-se no recuo frontal em que o paisagismo formado por espécies nativas da mata atlântica torna a chegada a casa sedutora.
O acesso ao avançado dá-se a partir de porta pivotante e caixilho de correr, que quando abertos por completo proporcionam a extensão da área social.
A mesa de jantar junto à ilha em mármore organizam, de um lado, a cozinha e, do outro, a circulação de quem se dirige área de estar. A cozinha é composta pelo móvel desenhado pelos arquitetos, piso em ladrilho hidráulico e bancada em pedra. Juntos, os ambientes somam 3,60 x 5,15m.
Na sala de estar, a estrutura fica aparente: pilares metálicos de seção cilíndrica, vigas metálicas, lajes painel, tijolos maciços e, por fim, a estante em chapas metálicas que foi desenhada pelos arquitetos.
O jardim central, entre o espaço de estar e a churrasqueira, havia sido presenteado com uma Jabuticabeira adulta, transplantada na fase final da obra. Além de contribuir com o conforto térmico, a árvore partilha os seus frutos com os moradores.
Na parcela final do lote, a churrasqueira e o lavabo dividem-se abaixo da laje de cobertura, que abriga árvores frutíferas de porte médio.
O percurso até ao piso superior acontece a partir da escada executada em estrutura mista em dois lances que não se tocam, o primeiro em cimento armado polido e os demais em chapa metálica dobrada.
O andar superior divide-se entre duas suítes.
A escada metálica estende-se até à cobertura, que é acedida a partir de escotilha automatizada. A nova estrutura somada ao piso elevado para a passagem da infraestrutura possibilitou a instalação de uma superfície relvada, com jardim e horta, no mesmo nível do deque em madeira. A lavandaria e os equipamentos de infraestrutura resolvem-se num volume, que pode ser aberto ou fechado por portas metálicas perfuradas do tipo camarão.
FICHA TÉCNICA
Autores: André di gregorio, Rodrigo maçonilio
Equipa: Beatriz Rocha, Lorran Siqueira, Júlia Bruckmann, Alanna Scarcelli
Localização: São Paulo, Brasil
ano: 2016
Área terreno: 100m²
Área construída: 105m²
Programa: residência unifamiliar
Paisagismo: Flávia Tiraboschi
Fotografia: Maíra Acayaba