Fotografia: José Manuel Ferrão Produção: Amparo Santa-Clara Texto: Isabel Figueiredo
A casa/atelier é o refúgio de Tim Madeira, onde se guardam esculturas, materiais de pintura, peças de várias proveniências, mas também memórias…
Como nos diz o próprio artista plástico, “é onde guardo o meu mundo: os meus cães, os materiais de pintura, a escultura, o computador, e o jardim e toda a sua flora – cada vez que vou a casa de um amigo roubo sempre uma raiz que planto no meu jardim.
É uma casa eclética, que reflete muito de mim, a minha memória física, da família, dos amigos, das viagens…”.
Neste espaço, protegido da rua agitada pelo muro, árvores altas e abundante verde, encontramos um universo colorido e de verdadeira partilha.
Casa aberta aos amigos e família, é também um espaço rico em peças decorativas, obras de arte – “as minhas obras tenho-as como acervo, gosto de ter obras de artistas e amigos e não as minhas” – curiosidades… Não é uma casa qualquer.
O jardim, extensão viva do atelier, é onde Tim mais gosta de criar, porque é ali que o espaço é mais generoso. “Como trabalho grandes formatos, é aqui onde me sinto bem e obtenho melhores resultados. E é no jardim que tenho as esculturas/instalações”, diz-nos.
Numa das extremidades deste pequeno oásis está o seu atelier. É para lá que o artista escapa logo pela manhã. “Saio diretamente da cama para o atelier, passo na cozinha, agarro num balde de café, vou pôr os mails em dia…”.
A sua criatividade começa nesta altura do dia, porque à tarde é tempo de executar. A noite, acrescenta, “é para reiniciar o ciclo do dia seguinte”.
Uma vez neste espaço algo exíguo, mas profuso em materiais, deparamo-nos com uma mão-cheia de cores e padrões.
Por ali convivem panos pintados, telas, tintas (só à base de água), pincéis, papéis de todo o tipo e das mais variadas origens, lápis, ceras, colas, resinas, grafites, carvões, sanguíneas, tecidos, cordas, cordões e guitas, ferramentas com fartura, luminárias, abat-jours, argamassas e pastas, latoaria e pechisbeque e missangadas.
“Tudo isto”, refere “intercalado com uma infinidade de coisas absurdas”. Adoramos!