Por a 4 Janeiro 2022

Fotografia: Cláudia Rocha Texto: Isabel Figueiredo

Localizada num dos bairros mais emblemáticos de Londres, esta casa encerra dentro das suas paredes o verdadeiro espírito de uma londrina, que adora viver a agitação do Portobello Market, espreitar as obras dos novos designers e de todos os que ali vendem os seus produtos e alimentos frescos.

O Edifício exibia originalmente vários compartimentos, entre eles três salas duplas e quartos mais pequenos, para as crianças, mas como nesta casa cozinhar, receber e entreter os convidados é uma das tarefas regulares, foi decidido rever o layout, partir paredes e tornar a casa mais ampla e aberta.

O apartamento foi comprado há́ cerca de 40 anos, no seu estado original – algo hoje inimaginável para quem aqui mora, e estas obras de remodelação há quatro. “a hera crescia por todo o lado, o telhado era de amianto e faltava equipar as casas de banho segundo as exigências dos dias de hoje”, revela a sua proprietária. “Mas o charme estava lá!”. 

Criada no campo, atraiu a sua atenção o facto de a casa exibir enorme potencial, por ser espaçosa, por ter lareiras e aquelas janelas do hall, belos vitrais a manter. 

O piso térreo é onde tudo se passa, durante o dia e parte da noite. É ali que a cozinha, centro nevrálgico da casa, recebe a sua proprietária em vários momentos e é a partir dali que ela avista o jardim. No mesmo piso, foi destinado um espaço de brincadeiras para a filha, Frida.

Todo o trabalho de decoração foi levado a cabo em estreita colaboração com uma amiga da casa, “incrivelmente talentosa, Louisa Ramsey”, conta-nos. “o seu olho é como nenhum outro, pela minha parte, diria que acrescentei o lado um pouco peculiar das coisas. adoro cores”! 

A casa, tradicional, exibe elementos modernos e uma nota de humor, alguma arte, peças em mármore que parecem ser de outro planeta, obras coloridas dos talentosos amigos James Lowther, da the Lacquer Company. “Da mesma forma, foi aqui que decidi iniciar o meu próprio negócio, um empório de venda de peças maravilhosas, oriundas de todo o mundo (www.casacoeur.com).” 

A nossa interlocutora prossegue a narrativa, apontando o seu quarto como um dos lugares favoritos da casa, se não mesmo o favorito, porque, como nos diz, “é muito calmo, com os seus tons de verde-claro e azul, e a minha cama tem um dossel que me faz sentir como se fosse parte integrante de uma história de princesas.” 

Revestimentos da Guy Goodfellow, da Lewis e madeiras aquecem e animam os ambientes. Para ela, “é muito importante que cada espaço invoque a emoção certa para o que se destina”. 

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