Por a 2 Fevereiro 2022

Rita Castelo Creative Interior Design assina o projeto de remodelação desta casa dos anos 50, com uma planta muito compartimentada e carente de luz natural, sem se desviar do programa, tendo em vista a promoção da fluidez dos espaços e uma iluminação mais abrangente.

Fotografia: José Manuel Ferrão

Em Cascais, e inserida num lote de 1200m2, equipada com casa de hóspedes, piscina e estacionamento para três carros, a casa serve as necessidades e estilo de vida de um casal com filhos adolescentes.

Tem uma área de 350 m2 que aloja, no primeiro piso, duas suítes, dois quartos, uma casa-de-banho, e, no piso térreo, as salas de estar e de refeições, a cozinha, um escritório e o lavabo social. Desta distribuição faz anda parte, no piso -1, a lavandaria, a arrecadação, uma garrafeira e a sala de cinema.

“Trata-se de uma casa dos anos 50 do século passado e tinha uma planta muito compartimentada, com pouca luz natural”, conta-nos a arquiteta Rita Castelo. “A nossa intervenção foi no sentido de respeitar o programa base que nos foi   promover a fluidez dos espaços, abrindo vãos interiores com a ajuda de reforços estruturais”.

É uma casa de família a uma escala perfeita, reforça. “A zona social e de refeições é contígua, no sentido em que não há portas a dividir estes espaços. Apenas na cozinha se opto por uma porta de correr, já que a premissa seria a de ter a passagem sempre aberta – mas que, se necessário, pudesse ser fechada”. A escada, que se manteve original, está lançada de uma forma muito agradável facilitando o acesso aos outros pisos sem constrangimentos.

“É uma casa extremamente funcional e com muita luz natural. Tem três portas exteriores de acesso ao jardim, que circunda todo o edifício, permitindo uma vivência interior/exterior intensa”, prossegue.

No final do dia, a arquiteta resume: “Podemos considerar que é um projeto clássico, mas com apontamentos de modernidade. Clássico no sentido em que toda a área social está revestida a seda natural Vescom, com detalhes de passa-manaria nas cortinas, com estofo de cariz clássico, mas sempre a apostar no conforto”. O conforto foi a grande premissa.

“Neste projeto, quisemos proporcionar ao cliente, além do conforto físico na escolhas dos tecidos, revestimentos murais e na ergonomia das peças desenhadas, o conforto visual. É um projeto com muito detalhe. Detalhes nos detalhes embutidos em latão dourado envelhecido nas portas dos roupeiros ou em elementos de marcenarias desenvolvidos especialmente para este caso”.

Todos os roupeiros têm as portas revestidas – ou com seda ou com pele. “A escolha da seda selvagem, que reveste as portas do closet da suíte, da De Gournay, foi costumizada e pintada à mão e isso faz toda a diferença num projeto”, salienta.

O projeto, assim como outros da autoria do atelier, é como “um fato talhado à medida do cliente. Esse é o nosso ‘métier’.

“O móvel de TV da sala de estar, a mesa de refeições, os móveis de casa-de-banho, as cabeceiras de cama, as mesinhas de cabeceira… todos estes elementos foram desenhados para esta casa. Por seu tirno, as peças preexistentes, ícones de design, que foram preservadas, e que dão “um ‘aport’ ao projeto”, incluem as mesas Platner da Knoll, o cadeirão Eames da Vitra, os candeeiros Poulsen e o candeeiro de teto em acrílico da Bella Figura Lightning.

“Salientamos ainda as aparelhagens e os puxadores das portas da cozinha e os vãos interiores da Buster and Punch em bronze envelhecido, as torneiras Nicolazzi, e também alguns puxadores da Armac Martin e Turnstlyle Design, vistos nos roupeiros e nas gavetas de algumas peças de mobiliário.

“Foi o primeiro projeto em que propusemos uma mesa quadrada, pois a configuração da sala de refeições assim o exigia”, revela.

“E, mais uma vez, respira-se conforto nesta mesa pois todas as pessoas sentadas, que poderão ir até às 12, têm contacto visual entre si. Além disso, há também todo um detalhe na mesa – o tampo de chapa única em mármore italiano Griggio, o bite em latão envelhecido encastrado na espessura do tampo funcionando como uma ‘alheta’ a fazer a passagem do mármore para a estrutura e pé  em madeira…”.

Também o móvel da cabeceira da suíte, com os painéis em seda da De Gournay, e com a iluminação embutida e estofo encartado na estrutura da cabeceira são soluções que a nossa interlocutora salienta e diz terem resultado “muito bem”.

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