Desenhado pelo estúdio franco-brasileiro Triptyque Architecture e com a direção de arte dos espaços a cargo do designer Philippe Starck, a Villa M nasceu para criar um novo pacto entre as cidades, a natureza e a saúde.
Projeto: Triptyque Architecture x Philippe Starck / Fotografia: Yann Monel
Um manifesto naturalista, com projeto de arquitetura assinado pelo coletivo Triptyque Architecture e direção de arte a cargo de Philippe Starck. A Villa M é um complexo de uso misto localizado no bairro parisiense de Montparnasse
“Projetámos a Villa M como um manifesto arquitetónico naturalista, ou seja, um edifício de uma nova era, onde o homem não se opõe à natureza e aos seres vivos”, explica Olivier Raffaëlli e Guillaume Sibaud, daTriptyque Architecture.
“A Villa M é um lugar borbulhante, honesto e acolhedor, onde a vida é boa e bela, e onde é bom viver e comer bem. No restaurante e no bar, há recantos escondidos e jogos mentais que despertam a curiosidade e guiam o olhar dos visitantes, lembrando- lhes que a inteligência é um dos mais belos sintomas da humanidade”, diz Philippe Starck sobre o projeto.
O programa, imaginado por Thierry Lorente e Amanda Lehmann do Groupe Pasteur Mutualité, é um edifício de uso misto que inclui um Hotel by Paris Society, um coworking e um centro dinâmico de saúde.
A arquitetura destaca-se por ser um edifício vivo, cuja geometria é formada por vigas de estrutura metálica, concebida para abrigar plantas medicinais, árvores frutíferas e espécies perenes de médio a grande porte. Com uma estética minimalista e leve, o edifício é composto por por peças pré-fabricadas como se fosse um jogo de construção.
“O próprio edifício é o suporte para este jardim vertical, que crescerá e ocupará toda a fachada, transformando o edifício numa floresta vertical medicinal”, explica Olivier Raffaelli, sócio da Triptyque.
Para além da reintegração da natureza na cidade por meio da arquitetura, o living-building contribui com a sustentabilidade, pois colabora com o conforto térmico e, portanto, com a eficiência energética do edifício.
“Explorámos todas as superfícies disponíveis para potenciar o verde e evitar o desperdício de energia e carbono”, explica Gui Sibaud, sócio da Triptyque. A responsabilidade ambiental também está presente nas escolhas de materiais básicos e orgânicos, propondo uma arquitetura de baixa tecnologia.
O projeto da Villa M pretende que a arquitetura traga a natureza de volta à cidade, com o objetivo principal de proporcionar aos cidadãos uma nova experiência urbana com o advento de uma “cidade-natureza”.
“Respirar, apanhar sol e conectar-se com a natureza são necessidades vitais que o estilo de vida urbano não consegue já garantir”, afirma o sócio Olivier Rafaëlli.
O programa de ocupação de 8.000 m² do prédio também traz uma proposta inovadora: ser um espaço dedicado a quem escolheu ajudar a salvar vidas – mas aberto a todos. O complexo de uso misto acolhe um hotel, restaurante, bar, área de conferências, área de check-up, espaço de coworking e showroom para startups do mundo da saúde para promover a mistura, o intercâmbio e a ajuda mútua entre as diferentes especialidades e as diferentes gerações de profissionais de saúde.
O hotel foi concebido como um casulo envolvente e relaxante, com vistas deslumbrantes sobre a Cidade Luz. Os seus 67 quartos e 6 suites foram desenhados como espaços verdes e alguns deles têm varanda ou terraço. Aninhada na esquina do sétimo andar, está a Suíte Pasteur: uma suíte excecional com grandes janelas de sacada, um duplo terraço verde e uma sala de estar aberta para a capital. Nos espaços, os hóspedes encontrarão materiais nobres e duráveis, cores orgânicas, móveis contemporâneos, jogos de espelhos e produtos ecologicamente responsáveis.
No último andar, o RoofTop proporciona uma incrível vista da Torre Eiffel, do Dôme des Invalides e dos telhados de Paris. Um oásis suspenso é composto por árvores e plantas frutíferas, com grandes poltronas de madeira e candeeiros em vime.