Projeto: Marilia Pellegrini Arquitetura; Área: 60m2; Fotografias: Ruy Teixeira Via Archdaily
A Casacor São Paulo 2019 recebeu este projeto da arquiteta Marilia Pellegrini, a Casa Contentor que mostra como é possível transformar contentores numa casa moderna e funcional. O conceito deste tipo de projeto baseia-se na sustentabilidade e no reaproveitamento de materiais. A casa foi equipada com peças desenhados pelo aclamado designer Oki Sato do Studio Nendo.
De entre as muitas vantagens, conta-se ainda o tempo de elaboração e execução deste modelo de construção, que é infinitamente mais curto, mais limpo, rápido, seco e com 100% de reaproveitamento de materiais.
Apesar das diversas vantagens, há ainda uma certa desconfiança instaurada, motivada especialmente pela popularização de acabamentos industriais e simples para este tipo de edificação, criando ambientes frios e impessoais. A missão de provar o contrário coube a Marília Pellegrini.
A casa de 60m² foi feita a partir de dois contentores acoplados e conta com espaço de living, cozinha e lavandaria integrados, além de uma suíte com um WC confortável.
Os ambientes são dominados por tons de branco cujo papel é ampliar o espaço e compor o clima minimalista com acabamento impecável para que o contentor em si e toda a sua estrutura ficasse impercetível aos olhos.
A atmosfera japonesa de racionalização dos espaços e design inteligente está presente por via do conceito evocado por Kenya Hara (diretor de criação da MUJI ), no seu “design of emptiness” que serviu de grande inspiração para a arquiteta. Dentro desta lógica, peças do aclamado designer Oki Sato do Studio Nendo estão aqui presentes.
Para revestir a fachada externa, os pisos e brises, a arquiteta escolheu a superfície ultracompacta Dekton da Cosentino. Estes materiais, que reproduzem a aparência nobre dos mármores, possuem propriedades de alta resistência a raios solares, riscos, manchas, abrasão e foram a escolha da arquiteta neste projeto por poderem revestir o contentore interna e externamente dando um acabamento unificado com sofisticação e dessa forma não é possível dizer que a casa foi feita a partir de contentores.
A escolha do contentor foi pautada pelas necessidades do mundo contemporâneo: “Pensei que o conceito da casa poderia funcionar muito bem, por exemplo, como um pavilhão para hóspedes num terreno de uma casa já existente.
Um projeto minimalista, que não concorre com nenhum estilo, nem mesmo com a natureza”. A casa contentor conta ainda com uma área externa de 90m² com área verde, árvores frutíferas e um banco esculpido em granito brasileiro desenhado pelo escritório, montado in loco com 204 chapas idênticas formando um espiral.