Neste apartamento de 170m2 não se demoliu nada nem se alterou a planta original. O projeto de interiores passou por uma decoração contemporânea e leve, ancorada em tons de azul e verde.
Projeto: Bezamat Arquitetura / Fotografias: Denilson Machado
Durante a pandemia, um casal na faixa dos 35 a 40 anos, com dois filhos pequenos, comprou este apartamento com 170m2 de área construída e 40m2 de área exterior, num bairro na zona sul do Rio de Janeiro. O objetivo era transformá-lo, através de uma remodelação, na sua nova residência.
O apartamento original, conta Cristina Bezamat, autora do projeto, estava envelhecido, e os proprietários não tinham muito tempo até à mudança. A ideia era a de uma remodelação completa que não necessitasse de demolições, focando as divisões para eles mais importantes: área social, quarto do casal e cozinha. O projeto não alterou a planta original, tendo apenas trocado o pavimento e refeito o teto em gesso para criar um novo projeto de iluminação.
O conceito que norteou a intervenção, surgiu após os primeiros contatos com os clientes, que queriam uma decoração integralmente nova, “afetiva” e intemporal, ancorada em peças contemporâneas, mas sem perder a sensação de conforto e liberdade. Também era primordial que os espaços dessem liberdade aos filhos para brincar.
“Os clientes apresentaram como ideia uma paleta colorida, com tons para deixar os ambientes com mais personalidade. E também demonstraram interesse em materiais naturais e acabamentos artesanais. Tudo isto serviu de inspiração para a nossa proposta”, explica a arquiteta.
Cristina Bezamat acrescenta ainda que, os clientes queriam uma decoração onde cada peça tivesse uma linguagem própria, com uma presença marcante, ainda que harmonizada com o todo. A título de exemplo, a arquiteta dá o sofá estofado em lona verde, ou a estante desenhada pelo escritório e executada em madeira que também ganhou bastante importância no conjunto.
O baloiço fixado no teto e próximo da estante, foi também um pedido dos próprios clientes, que a arquiteta agarrou e aproveitou para criar um canto mais lúdico. Na área social também se destacam a poltrona Proa, do Fernando Jaeger Atelier, e o banco Toti, de Bernardo Figueiredo, fornecido pelo Arquivo Contemporâneo.
Como os clientes têm um olhar especial para a natureza, para o artesanato e para a sustentabilidade, na área social a arquiteta apostou em cores e texturas naturais e na colocação de plantas. Ainda no tema tropical, o quarto de banho, por exemplo, tem um papel de parede estampado com folhas e uma estante pendente, que serve de apoio a vasos com plantas naturais. Outro destaque é a bancada em granito preto fosco, com a cuba esculpida no próprio material.