A reforma deste apartamento de 112m2 foi um desafio para além do seu tamanho: o proprietário é amigo de longa data do arquiteto Guilherme Torres. Denilson Machado, fotógrafo reconhecido pelos seus registos de arquitetura e interiores, desejava que o seu lar tivesse a atmosfera de uma galeria de arte.
Projeto: Guilherme Torres / Fotografias: Denilson Machado / segundo memória descritiva
O projeto desenvolveu-se a partir desta premissa: criar uma base neutra para emoldurar a grande coleção de objetos, livros e obras de arte do cliente. O apartamento, no Rio de Janeiro, que inicialmente tinha quatro quartos, ficou reduzido a dois: um foi transformado em closet e o outro foi aberto para a sala.
Os revestimentos são minimalistas e em tons claros, com paredes brancas e piso de tábuas de peroba-rosa de demolição, pensados justamente para receber as artes coloridas, vivas e maximalistas. A arquitetura é simples, porém bem desenhada. As peças colecionáveis formam arranjos milimetricamente pensados numa tela branca. “A partir dela, distribuímos o mobiliário e as obras num ambiente que resultou num contraste maximalista”, conta o arquiteto.
Na sala de estar, a composição de tapetes da Turquia e do Paquistão imprime movimento e textura, além de ajudar a criar uma atmosfera vibrante que oferece o ambiente perfeito para receber o sofá Otto 2.0 em couro caramelo.
Na área de jantar, destaque para a mesa Jet em corian branco, peças de mobiliário igualmente assinadas por Guilherme Torres. Na parede principal, oposta ao sofá, a grande estante baixa embutida foi instalada para receber todo o acervo de livros do cliente.
A coleção de arte salta aos olhos, com trabalhos de nomes como Burle Marx, Athos Bulcão, Adriana Varejão, Daniel Senise, Marepe e Rivane Neuenschwander, além dos designers que assinam o mobiliário, como é o caso do próprio Guilherme Torres, Jader Almeida, Joaquim Tenreiro e do francês Jean Prouvé.
A cozinha é um capítulo à parte. Inicialmente pensada para ser um ‘color block’ verde, acabou por receber armários rosa, cor que o cliente adora, assim como o azul que domina o closet.
Outra característica do cliente são os elementos trazidos de viagens. O fotógrafo já visitou cerca de 50 países, do Nepal à Albânia, da Islândia à Letônia, da Lituânia à Namíbia.
A iluminação também foi pensada como se de um museu se tratasse, com luzes direcionadas para as obras por forma a valorizá-las e transformá-las no centro das atenções do espaço. Ao vermos o resultado final desta remodelação, percebemos que o objetivo foi atingido. A residência carrega muitas histórias e memórias, e é isso o que de fato transforma o apartamento num lar.