Uma casa, uma paixão por peças únicas.
Há casas que literalmente escondem peças únicas, esta é definitivamente uma delas.
No coração de Lisboa um apartamento totalmente remodelado, pela arquitecta Madalena Arbués Moreira especialista em reabilitações, guarda um leque improvável de peças de mobiliário no mínimo originais!
O gosto que proprietário desta casa tem pela compra de peças antigas e a recuperação das mesmas é uma característica fundamental para o resultado final decorativo deste apartamento. A paixão por objectos únicos e com história elevou a identidade destes espaço até ao mais alto nível.
Apesar de ter vários objectos únicos, uma das vertentes mais importantes nesta casa é, sem duvida, a iluminação!
A celebre frase ‘’Chapéus há muito’’ rescreve se nesta casa como ‘’candeeiros há muitos’’, pois a verdade é que a variedade de peças de iluminação que se vê nesta casa é única.
A iluminação, como já todos sabemos é essencial numa casa e pode, sem duvida transformar uma casa espetacular durante o dia, numa casa, pouco confortável quando dependente apenas de luz artificial.
Neste caso, a história é outra. A casa que tem um ambiente muito urbano e descontraído, é transportada para um ambiente ultra confortável e acolhedor quando na escuridão da noite.
Aqui a luz realça cada canto, cada quadro, cada zona com funções diferentes.
Há equilíbrio e uma forma muito consistente de funcionalidade vs design, em cada peça.
De vários artigos interessantes, na sala podemos destacar um cofre antigo da CP onde os passageiros guardavam os seus objectos de valor, um biombo de caixas de aço inox da autoria do Tomy. Ainda podemos destacar, a mesa de centro do sofá redonda em alumínio que era utilizada para apoio de bobines de filmes, um leme de uma asa de avião como prateleira e uma secretaria de viagem.
Para além do gosto por peças únicas, a arte, pintura e escultura é um ponto fulcral nesta casa.
Com peças em quase todas as paredes, umas mais contemporâneas que outras, umas de cores mais vibrantes outras com uma grande presença gráfica.
Aqui podemos ver vários artistas, maioritariamente portugueses, como Pedro Casqueiro, João Queiroz, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez e Manuel Caeiro.
Para além da sala que é ligada à cozinha por uma bancada de madeira, todo o resto da casa tem fortes presenças de arte ou de peças antigas adaptadas à nova vida contemporânea.
Na casa de jantar por exemplo, ao fundo, podemos ver uma antiga arca frigorifica ainda de madeira, ou na entrada um cabide de aço inox.
A casa é um encontro perfeito e equilibrado entre o design e a arquitectura.
Como diz a arquitecta Madalena Arbués Moreira responsável pela obra, ‘’Um apartamento moderno dentro de um espaço antigo, uma história contada desde os séculos passados até aos dias de hoje, tanto na arquitetura como na decoração. Um espaço que se adapta aos seus habitante e um espaço mutável, cheio de luz e de vida.’’
Fotografias: Ricardo Junqueira