Obras de arte e móveis brasileiros vintage foram o ponto de partida para a remodelação deste apartamento, onde a sala se tornou numa pequena galeria e uma das paredes apresenta uma composição visual que reúne “expressões do que é ser humano”.
Projeto: NOP Arquitetura / Fotografia: Alessandro Gruetzmacher / Produção Visual: Aldi Flosi
Eduardo Almeida morou 11 anos num apartamento alugado até se ter decidido a comprar a sua primeira casa. Escolheu também um apartamento, no bairro Jardim Paulista, no Brasil, com 145 m2. Após a compra do imóvel, encomendou ao arquiteto Phil Nunes, do escritório NOP Arquitetura, um projeto de remodelação completo, deixando antever que tinha a intenção de participar em todas as etapas do processo, incluindo as escolhas que iriam ditar a nova decoração.
Ávido colecionador de arte, o novo proprietário avisou ainda que o projeto deveria partir do seu acervo pessoal, que conta com obras de artistas consagrados, como Julio Bittencourt, Gustavo Nazareno, Paulo von Poser, Adriana Varejão, Deborah Engels, Regina Parra, Luciana Levinton, Richard Hodara, Kiolo, entre outros.
Como Eduardo também é amante de design brasileiro e adora explorar e procurar móveis vintage, sobretudo originais dos anos 60 e 70, as suas aquisições também precisavam de ser levadas em conta no projeto. Como por exemplo, a poltrona Lafer V, de Percival Lafer, e o par de poltronas Ouro Preto, de Jorge Zalszupin, – que ganharam lugar de destaque na zona de living -, e a poltrona Mole (de Sergio Rodrigues), que passou a reinar no novo closet.
Outro elemento encontrado pelo morador, de grande valor afetivo, é o piano inglês Kemble, de 1951, que foi restaurado e colocado no canto da sala, onde o morador queria ter aulas, regularmente.
“O nosso maior desafio neste trabalho foi criar espaços atuais que refletissem os gostos e a história do Eduardo, que tem uma bagagem cultural e artística incrível. Unimos todos os elementos que já faziam parte do acervo dele com peças novas de designers contemporâneos, como Jader Almeida, Zanini de Zanine e Jacqueline Terpins”, conta o arquiteto Phil.
Além das artes e do mobiliário vintage, a iluminação natural do apartamento, que é rodeado de janelas, também norteou a elaboração do projeto. Afinal, segundo Eduardo, esta foi uma das razões pelas quais escolheu o imóvel. “Não queria perder nem um raio de luz”, conta. Por isso, na cozinha, os armários que se sobrepõem às janelas não têm fundo e ainda contam com portas em ripas vazadas, permitindo, assim, que a luz vinda de fora atravesse a marcenaria.
No projeto de remodelação, o hall de entrada foi integrado à sala e à cozinha – projetada com uma “península”, com uma bancada para refeições em vez de mesa de jantar, e os três quartos originais foram reconfigurados para a criação de uma suíte com closet e um quarto de hóspedes.
Na decoração da sala, o arquiteto adotou uma base neutra, com paredes e teto brancos e um grande tapete off white, já que a proposta era transformar o espaço numa pequena galeria de arte, com direito a uma gallery wall atrás do sofá (de design orgânico), que recebeu obras agrupadas de acordo o tema “expressões do que é ser humano”. Outro destaque, é o banco branco que se estende ao longo de toda a parede da janela principal, que também funciona como apoio para livros e objetos.