Por a 27 Junho 2023

Uma artista plástica e um promotor de eventos musicais juntaram-se para viver uma história colorida, simples e fun. A sua casa é bem reflexo disso.    

Texto: Isabel Figueiredo / Fotografia: Gui Morelli 

O bairro é central e a rua tranquila. Só isto já indicia uma boa escolha. Estamos numa das zonas mais procuradas de Lisboa, profusa em restaurantes, alguns bares, jardins e próxima ao rio. O prédio, um edifício sem características a assinalar, talvez das décadas de 50/60, usufrui desta tranquilidade e centralidade, em simultâneo, por isso a escolha de ali habitar foi, para este jovem casal, uma aposta segura. “O primeiro a morar neste apartamento foi o meu namorado, por isso tinha aquele look and feel de casa de rapaz solteiro (risos). Mas quando vim morar com ele, decidimos mudar tudo – refiro-me à decoração, porque nunca fizemos obras”, conta-nos a nossa jovem interlocutora. “Gostamos do apartamento assim, com as suas paredes brancas, as portas de madeira com as mesmas maçanetas, talvez até as originais, as mesmas loiças da casa de banho e a mesma cozinha, tão característica de uma determinada era”, prossegue.   

“Escolhemos ficar aqui nesta zona porque estamos perto do que precisamos no dia a dia, sem abdicar do sossego que ela nos garante. Era fundamental termos dois quartos, o que é o caso, por isso houve apenas que repensar os espaços em termos de disposição de mobiliário, funcionalidades e decoração. E, claro, casar as nossas peças, as dele e as minhas”. 

A decoração foi feita aos poucos e, de uma forma orgânica, juntámos peças de outras habitações. Algumas delas vieram das casas dos nossos pais, outras são objetos comprados em feiras ou durante as nossas viagens.  

As suas profissões – ela artista plástica, ele promotor e agente de eventos de música – estão refletidas um pouco por todo o espaço. “A casa é uma extensão de nós mesmos”, confirma. “Gostamos de todas as cores e padrões, e de combiná-los, brincando com essa mistura, de fazer coexistir as cores vivas e os padrões, florais, ou étnicos, de casar a arte contemporânea com uma jarra dos anos 50 com flores secas…”. 

Na sala comum, esta mistura tem tanto de ousado como de divertido e fresco, e beneficia da entrada de luz natural que atravessa os vidros da porta da varanda, junto à área de refeições, e da janela da zona de estar. Aqui coexistem peças de várias proveniências, posters, pintura, plantas e flores – “plantas são vida, limpam o ar e elevam a boa disposição. São pequenas alegrias”! Destaque para os discos, “uma coleção que tem vindo a crescer” e a tela do quarto do casal, “porque foi a primeira peça de arte que comprámos juntos”. Mas a peça de autor favorita é, decisão unânime, o candeeiro Kite Lamp desenhado pelo Manuel Amaral Netto, criador da Útil. 

A casa flui sem segredos. Pequeno hall, corredor em frente, sala comum e quarto transformado em closet de um lado, cozinha do outro e, ao fundo, a casa de banho e o quarto principal. Está tudo dito? Nem por isso. Esta é uma história jovem e descontraída, que todos os dias acontece numa casa com o dobro da idade dos seus moradores, e é desta transversalidade geracional que resulta a atmosfera que tanto nos cativou.  

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