Localizada em Queensland, na Austrália, esta casa reinterpreta a arquitetura tradicional local, num projeto que foi pensado para agregar uma família e ao mesmo tempo ser permeável às constantes mudanças da vida.
Projeto: Sealand / Fotografias: David Chatfield + Emma Bourne / segundo memória descritiva
O briefing do cliente era para uma casa que nutrisse relacionamentos com a família e amigos e permitisse uma relação íntima com a paisagem envolvente. Uma casa que tivesse a flexibilidade para acolher uma família jovem e as suas necessidades em constante mudança – à medida que os filhos crescem -, e visualmente fosse inspirada numa construção mais tradicional.
O escritório Sealand agarrou nos pedidos e criou um conceito que assentou numa área central onde a família se pode reunir para cozinhar, comer, rir e relaxar. E onde nas extremidades ficam os quartos, onde cada um pode passar um tempo mais pessoal e tranquilo.
Para dar resposta à evolução da família, o escritório desenhou quartos contíguos – para quando as crianças são pequenas – mas com a particularidade de se poderem mudar para o outro lado da casa quando forem mais crescidas.
A casa oferece uma forte relação com a paisagem envolvente, na medida em que os ambientes têm grandes portas de vidro deslizantes e janelas que se abrem para os exteriores.
Localizada na Austrália, e devido à afeição que clientes e arquitetos têm pela arquitetura tradicional de Queensland, a casa responde ao clima e estilo de vida locais e utiliza luz e ventilação naturais, para que os moradores possam sentir o dia e as estações.
“No final de 1800, havia belos edifícios de madeira com telhado de duas águas ao longo do rio Noosa. A principal inspiração para a casa foram esses primeiros edifícios, com as suas elegantes formas de telhado e construção em madeira”, explicam.
Nesse sentido, foram utilizados materiais mais tradicionais, como madeira local, pedra e telhas metálicas. Uma escolha que, para além de responder à estética pedida, é de manutenção relativamente baixa e resistente a incêndios florestais.
Nos interiores foram usados principalmente madeira, pedra, cimento e gesso locais. Novamente, esta combinação de materiais proporciona uma agradável sensação de calor, mas a um nível prático, eles são também relativamente robustos e fáceis de limpar.
Um dos principais desafios apresentados pela paisagem era o risco de incêndios florestais, uma vez que a casa é cercada por florestas nativas australianas. Para reduzir o risco, o escritório de arquitetura resolveu remover os eucaliptos inflamáveis ao redor da casa e substituí-los por plantas nativas da floresta tropical, que têm maior teor de água e criam um amortecedor natural aos incêndios florestais.